BRAGA,
A ROMA PORTUGUESA
É para ir o ano inteiro, um destino de eleição para o turismo religioso e a melhor francesinha do país (que eu não comi)
PUBLICADO A 24 DE AGOSTO DE 2020 | VIAGEM DE 15 A 16 DE AGOSTO DE 2020
Depois de muitas tentativas frustradas, finalmente consegui visitar a capital do Minho. Fui a Braga com o objectivo de visitar os meus amigos com quem estive em São Paulo e ainda juntei o útil ao agradável com um passeio onde experimentei a minha nova lente de 35mm enquanto explorávamos a cidade.
A ideia deste fim-de-semana era simplesmente estarmos juntos (e sem grandes aventuras por causa da Covid-19). Felizmente, Braga é uma cidade pequena que se vê em pouco tempo e já que ali estávamos, aproveitamos para fazer uma visita.
Parece que os anos não passaram pela cidade que conserva muitos dos seus edifícios históricos que advém do período da ocupação romana. Aliás, Braga é mesmo considerada a “Roma Portuguesa” pela forte influência dessa época. Por isso, é um dos lugares com uma riqueza histórica incrível que mistura as suas tradições com uma jovialidade e uma série de eventos que nos levam até lá durante todo o ano.
Esta viagem está a cerca de 4h30 de autocarro desde Lisboa, de onde sou, mas acaba por ser uma viagem muito tranquilo. Assim que chegamos ao centro histórico, não há nada melhor do que ir n’A Brasileira para tomar um dos melhores pequenos-almoços da cidade.
O que mais gostei no centro histórico é o facto de ser todo percorrível a pé. É assim que gosto cada um dos lugares que visito e por isso não podia estar mais satisfeito. Continuamos pela Rua do Souto, a principal rua da cidade que é palco de muitos eventos na cidade e ponto de encontro dos locais. Começa no café onde estávamos e só termina no Arco da Porta Nova (a porta da muralha de Braga), ou vice-versa.
Pelo meio, são muitas opções de bares, cafés, restaurantes e todo o tipo de comércio que se misturam com as referências do passado. É inevitável fugir o olhar para a Igreja da Misericórdia de Braga do período renascentista ou o Largo do Paço com o Chafariz do Castelo. Neste último, tivemos oportunidade de assistir às gravações da série “Vento Norte” da RTP que nos remontou por instantes para as vivências da cidade nos anos 20 do século passado.
Continuando a visita pela cidade, não é de admirar se em cada rua se vir uma ou duas igrejas… Braga é também por muitos designada pela “Cidade dos Arcebispos” pelo facto dos mesmos terem tomado contada da cidade durante um tempo no início do século XII e por consequência teve um dos Arcebispos mais importantes da Península Ibérica. Por este motivo (ou não), Braga enche-se de igrejas históricas que a tornam um destino religioso de excelência, tal é a variedade que conseguimos encontrar.
Foi quando chegamos ao Largo de Santa Cruz que me apercebi deste facto… Aqui encontramos a Igreja de Santa Cruz ou a Igreja de São Marcos com a sinalização de “BRAGA” no meio do largo, deliciando os instagrams dos turistas que lá passam. Tanto estas igrejas como outros edifícios históricos são muito homegéneos. Fora a sua pedra característica e a sua pintura a branco (em alguns casos), a linguagem era muito idêntica, mesmo ao nível dos ornamentos, mas nem isso lhe retirava o charme que podíamos observar em todo o centro histórico.
Na senda do turismo religioso, entre ruas e ruelas no labirinto do centro histórico, chegávamos à Sé de Braga. É um monumento da cidade que pertence à mais antiga diocese de Portugal. Não é por acaso que muita gente ousa em utilizar a expressão “mais antigo que a Sé de Braga”. Afinal, esta igreja remonta a uma história que começou nos anos 400…
Braga não é só história, pessoas e igrejas… Além disso, existe muita cor! Não me lembro de ter visto tanta vegetação e flores tão coloridas noutra cidade portuguesa como vi aqui. É ao lado do Antigo Paço Arquiepiscopal, conhecido pelas suas ruínas de arcos ogivais, que encontramos o Jardim de Santa Bárbara. O primeiro check estava feito.
No limiar da Praça da República, temos outro exemplo na Avenida da Liberdade, nada que se compare com a grande avenida de Lisboa… Esta rua pedonal apresenta canteiros com as mesma característica de flores do outro jardim e é dos espaços mais incríveis para circular na cidade.
Ainda na Praça da República, temos o jardim da Avenida Central com um dos verdadeiros símbolos da cidade. A Arcada, onde se inclui a Igreja da Lapa, possui dois dos cafés mais conhecidos de Braga: o Café Vianna e o Café Astoria. Daqui, temos as esplanadas para contemplar o resto do jardim, o coreto, o chafariz ou a imponente Basílica dos Congregados (uma das que mais gostei).
Como não podia deixar de ser, a nossa vistia não podia ficar completa sem visitar o Santuário do Bom Jesus do Monte. Conhecida pela sua grande escadaria, ainda não foi desta que me aventurei a subir os quase 600 degraus até à igreja… Existem outras formas de aceder à igreja como o Elevador do Bom Jesus, o funicular mais antigo do mundo ou entrar directamente pelo parque. Para não perdermos muito tempo foi a última opção que escolhemos.
De facto, todo o espaço é muito bonito mas era sábado e estava atolados de turistas, nomeadamente de emigrantes que estavam de férias em Portugal. No entanto, o espaço é brutal! O Bom Jesus é muito mais que a sua igreja, possuindo um jardim enorme e infraestruturas para passar ali um bom bocado. O resto é, literalmente, paisagem. Conseguimos ter uma vista incrível para a cidade e foi aqui que nasceu a famosa expressão de “ver Braga por um canudo”, tal é distância a que estamos da capital do Minho.
Algo que gostei em Braga ao contrário de outras grandes cidades como Lisboa ou Porto, é a facilidade de chegarmos a meios mais rurais. Rapidamente entramos e saímos da cidade e estamos no meio dos com campos de milho, pomares e afins… Aproveitei para brincar mais um pouco com a minha lente de 35mm e gostei bastante do resultado.
Tudo isto demorou um dia a ser visto e com muita calma… Tenho noção que muito ficou por ver, nomeadamente no centro histórico mas, felizmente, Braga é lugar para se visitar a qualquer altura do ano. São eventos como a Braga Romana (pretende mostrar a vida na época do Império Romana), o São João de Braga, a tradição do Bananeiro na noite de Natal com o pessoal a ir para a rua beber um moscatel e comer uma banana com amigos e a Noite Branca no fim do Verão para celebrar a cidade e a cultura.
Seja como for, Braga parece ser sempre uma boa opção naquela que é uma das cidades mais importantes de Portugal. Tem uma das universidades mais prestigiadas do país (a Universidade do Minho) que atrai muitos jovens (principalmente do Norte) e não é por acaso que em 2012 foi distinguida como Capital Europeia da Juventude. Em 2018 também teve um papel importante como Cidade Europeia do Desporto e, a título de curiosidade, foi depois de Lisboa, Porto e Algarve, a região do país com acesso ao Uber e outras plataformas do género.
Da primeira vez que tinha passado por estes lados, apenas visitei o Estádio Municipal de Braga numa visita de estudo da faculdade. Desta vez deixei isso de lado mas é sempre uma boa opção tal como o Santuário do Sameiro e o Mosteiro de São Martinho de Tibães. Aqui também podemos comer aquela que dizem ser a melhor francesinha do país na Taberna Belga (que eu não comi)… Enfim, o melhor é marcar já a próxima visita porque não irão faltar razões para voltar.
GOSTASTE DESTE ARTIGO? PARTILHA NAS REDES SOCIAIS
PLANEIA A TUA VIAGEM
Aqui encontras as ferramentas necessárias para ti e ainda podes ajudar-me ao usar estes links 🙂
Para encontrares os melhores voos uso sempre o Skyscanner ou o Momondo.
Reserva já a tua estadia no Hostelworld mas se quiseres mais algum conforto podes ver outras opções no Booking.
Contrata o teu seguro de viagem. Ao optares pela IATI Seguros viajas mais descansado e ainda tens 5% de desconto se usares este link.
Queres viajar e não sabes para onde? Com a Chocolate Box podes arriscar ir num destino que só conheces 48 horas antes do dia da viagem e com o meu código NUMPOSTAL10 tens 10% de desconto!
Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.
FAZ PARTE DESTE PROJECTO
Deixa um comentário e partilha as tuas dicas
POSTS RELACIONADOS
Estes são alguns dos artigos que também poderás gostar de ler