BRAGANÇA,
UMA TERRA COM CORAÇÃO

Um dos Nove Passos do distrito de Trás-os-Montes, uma aldeia que se divide entre Portugal e Espanha e a prova de que as pessoas são o melhor que as regiões têm para oferecer

PUBLICADO A 12 DE JULHO DE 2021 | VIAGEM DE 25 A 27 DE JUNHO DE 2021

Num dos pontos mais a nordeste de Portugal, lá se encontra a aclamada Bragança: uma terra de muita história, tradições e com muito boa gente. Nestes lugares toda a gente se conhece, todos se falam e essa aproximação com os locais enriqueceu (e de que maneira!) ainda mais esta viagem! Além disso, só o este concelho possui um património bastante diversificado ainda mais rico do que esperava e vê no Parque Natural de Montesinho um dos seus expoentes máximos.

Foi a primeira vez que visitei Trás-os-Montes. Era das poucas regiões que desconhecia em Portugal, talvez adiada pela grande distância desde Lisboa, mas a verdade é que veio em boa hora! Tudo isto resultou numa acção concertada entre a ABVP (Associação de Bloggers de Viagem Portugueses) e CIM-TTM (Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes) que também envolveu directamente o Município de Bragança. O objectivo desta blog trip era promover o projecto Nove Passos nos quais estiveram envolvidos outros bloggers de viagem que em simultâneo visitaram os restantes concelhos da região.

Esta iniciativa decorreu durante um fim-de-semana na qual tive a companhia do Filipe Morato Gomes do blog Alma de Viajante. Tanto a nossa viagem como a dos outros bloggers, incluiu diversas actividades regionais. Embora não tenha dado para absorver tudo o que queríamos, fica a aqui o meu primeiro olhar sobre a capital transmontana.

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Nove Passos

O distrito de Trás-os-Montes é composto por Nove Concelhos e, portanto, resulta daí os Nove Passos. Este projecto surge com a necessidade de promover o conhecimento e a conservação dos valores naturais da região. Em cada passo há um tema especifico que o distingue e caracteriza a área onde se insere e o torna único.

O concelho de Bragança dá-nos a conhecer o Percurso do Carvalho naquela que foi a primeira actividade do fim-de-semana. Em pleno Parque Natural de Montesinho, este percurso circular com início e fim em Rio de Onor, tem como tema um dos habitantes mais emblemáticos da região: o veado. Nem sempre é fácil avistar estes animais durante o dia mas pode ser que tenhas mais sorte do que eu ao tentar fazer este percurso.

No entanto, ao longo deste trilho que se encontra perfeitamente identificado, é possível interagir com diversos ambientes que caracterizam a área protegida do parque natural como rios, bosques e zonas de pasto que abrigam uma diversidade considerável de animais selvagens. A certa altura vamos encontrar um carvalho-negral centenário com uma copa tão grande que tornou inviável o crescimento de novas árvores próximas ao seu tronco. Esta plantação é tão emblemática que acabou por dar o nome a este próprio percurso.

Em muitos destes percursos não existe rede telefónica e por isso a CIM-TTM desenvolveu uma aplicação de telemóvel (que funciona offline) para nos ajudar a descobrir mais informações durante os nossos passeios. Nos postos de turismo destes concelhos também é possível obter um passaporte que será carimbado à medida que formos fazendo cada um destes percursos.

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Rio de Onor

No fim do percurso, aproveitamos para conhecer a aldeia comunitária de Rio de Onor. É um exemplo único em Portugal de uma povoação que se divide entre o nosso país e a vizinha Espanha. Desde sempre que foi assim mas a partir do séc. XIX existe um Rio de Onor e Rihonor de Castilla. É algo meramente burocrático visto que tanto o lado português como o lado espanhol funcionam como um só. Entre estas duas povoações só existe um café, uma igreja e semanalmente chega uma carrinha com produtos alimentares que serve os dois lados da aldeia.

Felizmente que numa terra tão remota como esta, o turismo tem crescido nos últimos anos. É o reconhecimento destas tradições que cada vez mais vão despertando a curiosidade dos visitantes e podem ser ainda mais aprofundadas na Casa do Touro. Este museu possui um espólio enorme com toda a história da aldeia onde se mostra quase ao detalhe como funcionava este regime comunitário primitivo.

Por outro lado, é muito fácil falar com os habitantes da aldeia que certamente terão muito gosto em partilhar as suas histórias do passado. O caso mais conhecido é o Ti Mariano que já é quase património de Rio de Onor. Este habitante de 88 anos (a esta altura) é um conhecedor nato do passado da aldeia até porque viveu aqui desde sempre. É a melhor pessoa para nos falar da vara da justiça, um símbolo de ordem da aldeia… Como Rio de Onor esteve sempre muito distante das principais cidades, tinha as suas próprias regras e quando algo estava mal era convocado um Conselho que incluía os mordomos (os senhores) de cada casa. As coimas eram apontadas na vara e o pagamento era feito em vinho. Porquê? Porque era bom…

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O espírito artesão de Aveleda

Logo após um almoço inesperado (pelas quantidades) em Varge, continuamos a percorrer o Parque Natural de Montesinho, desta vez em direcção a Aveleda. Parece que aqui está patente um grande espírito artesão nos seus habitantes a começar pelo Gilberto Ferreira, um cuteleiro que transformou um pequeno hobbie numa das suas maiores paixões. Na sua pequena oficina, trata de todo o processo das suas facas desde o molde de aço das lâminas até ao cabo de madeira ou em hastes de veado (que caem naturalmente ano após ano).

Esta visita impressionou pelo trabalho e pela variedade de facas que se conseguem fazer com algo que à partida parece tão simples. O Gilberto ainda não deu o passo para viver somente deste trabalho mas já começa a ter muitas encomendas do estrangeiro como de França, Croácia ou Brasil. O seu trabalho é de uma qualidade extraordinária, de maneira que não irá ficar por aqui!

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Do outro lado da aldeia temos o Isidro Rodrigues que é um especialista em máscaras de caretos. Este antigo presidente de junta da Aveleda, decidiu dedicar-se nos tempos livres a esta arte numa altura em que escasseavam os artesãos para fazer estas máscaras. Aproveitando placas de latão velho que é trabalhado e ornamentado como se fazia antigamente, a tradição destas máscaras marca o ritual da Festa dos Rapazes, um evento que decorre todos os anos a 25 de Dezembro.

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Montesinho

As horas passadas em Aveleda foram brutais, podíamos ter ficado muito mais tempo mas aguardava-nos o último destino do dia. Chegávamos finalmente à aldeia que dá nome ao parque natural: Montesinho. Esta povoação é uma das mais isoladas desta região e a menos povoada com cerca de 40 habitantes. Ao mesmo tempo é uma das mais bem preservadas e mais emblemáticas em Trás-os-Montes, sendo também considerada uma das aldeias mais altas de Portugal, estando uma altitude de 1030 m.

As casas preservam o melhor da arquitectura popular transmontana, com varandas muito bem decoradas e entradas que são muito convidativas. Algumas das casas estão ocupadas para turismo rural, lojas de artesanato ou venda de produtos regionais mas não há nada como entender o que se passa na aldeia através do contacto com os locais. Desde a Tia Carolina, que se orgulha da sua varanda como uma das bonitas e conhecidas da aldeia, até à Mariana da Casa da Edra, deu para ter um visão do que nos espera no parque natural e que ali podemos ficar uma ou duas semanas que haverá sempre um programa à nossa espera.

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Bragança vista de cima

O dia seguinte ia ser marcado por um passeio de balão que foi impossibilitado pelos fortes ventos que se faziam sentir. De qualquer forma, não houve balão mas tivemos uma avioneta que nos levou a sobrevoar a cidade de Bragança e outras povoações em redor.

O destaque vai mesmo para a muralha do castelo que tem a forma de um coração. Nem que fosse em sentido figurado, faria todo o sentido esta analogia dado que foi no castelo que surgiu os primeiros traços da cidade e a partir do qual foi crescendo. Foi uma experiência brutal que também nos levou a passar de novo por Varge ou Rio de Onor.

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O centro histórico como ponto de partida

Já em terra, seguimos até à Praça da Sé, a partir da qual se expande para ruas onde a oferta cultural é gritante! Aqui temos logo a antiga Sé de Bragança e depois é escolher qualquer estrada que nos leve pela história da cidade, onde encontramos muitos museus e igrejas que se vão equilibrando com alguma arte urbana onde se destacam as três obras de Bordalo II e as de outros artistas internacionais.

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Uma rua com muita cultura

Ao entrar na Rua Abílio Beça é bem possível passar ali um dia inteiro dada a grande variedade cultural que encontramos. Em primeiro lugar, entramos no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais. Este projecto do Arq. Eduardo de Souto Moura alia uma parte antiga do edifício original com um novo projecto nas traseiras que se divide de duas formas: uma ala destinada às obras da artista Graça Morais, natural desta região, e no novo edifício está destinado a exposições temporárias para artistas contemporâneos que ali decidam apresentar as suas obras.

Em seguida, na porta ao lado, acedemos ao Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano. Associado ao edifício do museu anterior, podemos observar uma exposição que preserva as vivências das comunidades judaicas que habitaram em Trás-os-Montes.

Para encerrar a manhã, visitamos o Museu Abade de Baçal. O espaço contempla um acervo muito rico com todo o tipo de peças expositivas que nos permitem conhecer ao detalhe a história do Nordeste Transmontano. Pelo meio, ainda tivemos tempo de passar pelo Posto de Turismo da cidade para obter o carimbo no nosso passaporte dos Nove Passos.

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Castelo de Bragança

Era hora de almoço e nada melhor que uma subida até ao castelo para abrir o apetite! Entramos no interior das muralhas, parece que estamos num mundo diferente mas primeiro era hora de comer. Já de barriga cheia, começamos a visita pelo Domus Municipalis, um edifício em pedra com a sua planta pentagonal irregular que abriga uma cisterna e é o único exemplo de arquitectura civil Românica na Península Ibérica. Junto a esta relíquia de pedra, temos a Igreja de Santa Maria, o edifício religioso mais antigo da cidade. Edificada no séc. XIV, destaca-se claramente a pintura no tecto em madeira com a representação da Assunção da Virgem.

Continuando o percurso pelo castelo, chama-nos à atenção a torre de menagem onde funciona o Museu Militar mas o que fizemos foi apanhar o caminho junto à muralha. De um lado temos uma paisagem que nos permite quase chegar a Espanha e no interior temos uma das cidadelas mais bonitas que já vi, muito bem preservada e onde até dá vontade de arrendar um espaço.

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Rio Fervença e Ciência Viva

O castelo ia ficando para trás e de volta ao centro de Bragança, apanhamos a estrada que nos leva ao Rio Fervença. Este rio atravessa uma parte da cidade  e numa das margens possui um passadiço que veio dar alguma ordem nesta zona mais refundida do centro histórico. O percurso passa pelo Centro de Ciência Viva, onde qualquer graúdo volta aos tempos de criança com o que podemos aprender neste museu e termina mais à frente no Jardim José António de Almeida que serviu como um dos nossos pontos principais de estacionamento nesta cidade.

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Bétula Studios

E de repente tudo terminou… Era hora de voltar ao nosso alojamento destes dias para recolher as malas e voltar para casa. De todo o fim-de-semana só tive pena de não ter aproveitado melhor o espaço onde ficamos. Geralmente não costumo falar sobre estes temas mas estes abrigos são tão bons que tenho de abrir uma excepção.

Os Bétula Studios são 4 espaços habitacionais com todas as condições para se passar lá uma boa temporada. Localizada em Lagomar a uns quilómetros de Bragança, é um dos melhores sítios para usufruir do silêncio envolto pela natureza. Estes alojamentos fazem parte de um projecto do António Sá e da Ana Pedrosa que reservaram o seu quintal para receber os visitantes deste distrito. Além disso, este casal organiza passeios o ano inteiro para que possamos saber tanto deste espaço natural como qualquer habitante local desta região.

Não há mesmo nada como acordar neste sítio e sentir a tranquilidade do campo… Por isso, se o objectivo das tuas próximas férias é encontrar um pouco de paz, não há nada melhor que este lugar para cumprir com esses requisitos!

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É de comer e chorar por mais

Como é que ainda não falei da comida? Essa sim foi a coisa mais inesperada, quer pela grande qualidade da comida transmontana quer pela quantidade! Muitas vezes dava jeito termos uma caixinha para que não ficasse nada por comer (fica a dica)…

Nestas terras as pessoas estão mesmo habituadas a comer muito mas nunca ficamos desiludidos com nada. Tudo começou na sexta-feira à noite com uma enorme recepção no restaurante Alma Lusa com pratos mais gourmet que não esquecem os sabores da gastronomia transmontana. No sábado visitamos o Careto em Varge onde comemos muito e muito bem, pois o Sr. Manuel nunca deixou que nos faltasse nada. Terminamos este dia com uma refeição a um estilo muito caseiro no Solar Bragançano no centro de Bragança, sempre com o Sr. Desidério ali à nossa perna para que estivesse sempre tudo do nosso agrado. A última refeição da viagem foi feita no interior das muralhas do castelo, na Taberna do Javali onde os sabores tradicionais também se fundem da melhor forma com uma cozinha mais moderna.

Ao longo desta visita ainda passamos pela Marron Oficina da Castanha. Sabias que Trás-os-Montes, mais concretamente os municípios de Vinhais e Bragança são responsáveis por 80% da produção de castanha a nível nacional? Nesta loja podemos ver o que de melhor se faz com este produto! A variedade é enorme que vai desde vinhos a mel, bolos, chocolates e cervejas artesanais.

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Acho dá para perceber o quão feliz eu fui nestas terras transmontanas… Há sempre mais qualquer coisa para fazer mas independentemente disso, foi uma experiência muito gratificante! À parte do que fizemos neste fim-de-semana, existem outro programas alternativos igualmente imperdíveis nesta cidade. Para quem gosta de espaços culturais, o Museu Ibérico da Máscara e do Traje é um bom cartão de visita para aprofundar a história dos caretos assim como o Centro de Fotografia Georges Dussaud que abriga parte do espólio deste fotógrafo francês tão querido para esta região. Do ponto de vista gastronómico, ouvi também falar muito bem da Tasca do Zé Tuga que se encontra no castelo. Ao redor de Bragança, existem outras aldeias com características muito próprias como Gimonde e França que em nada ficam a dever às já mencionadas mais acima.
Mesmo que o autocarro de Lisboa a Bragança demore 7 horas de viagem (muito por culpa das várias paragens que tem de fazer pelo caminho), há que tomar o risco de visitar este distrito e no meu caso posso dizer que não me arrependo de o ter feito. Resta-me agradecer ao Luís, à Ana e ao João por todo o acompanhamento feito durante o fim-de-semana, à Ana Pedrosa e ao António Sá pelo conforto que nos proporcionaram nos seus alojamentos e a todos os que conhecemos nas aldeias e tornaram esta viagem ainda mais especial. Bragança é a prova viva que as pessoas são claramente o melhor que qualquer região tem para oferecer aos seus visitantes!
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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.

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