BRUGES,
A PÉROLA DA FLANDRES
A cidade mais visitada da Bélgica, um labirinto de ruas medievais e várias torres que funcionam como pontos de orientação
PUBLICADO A 11 DE MARÇO DE 2020 | VIAGEM DE 11 DE AGOSTO DE 2018
Bruges é a cidade mais visitada na Bélgica e a isso se deve a sua inigualável beleza urbana de carácter medieval! O seu estado de preservação é exemplar ao ponto de nos remeter facilmente para a Idade Média. A vila é conhecida pelos vários canais que atravessam a cidade e também por isso é considerada Património da Humanidade pela UNESCO desde 2000.
Ao contrário de Bruxelas, o idioma mais falado na região é o flamish (flamengo) que é uma das línguas oficiais da região de Flandres, uma espécie de holandês com influências no inglês e alemão.
Geralmente, todas as cidades têm uma referência mas a capital da Flandres Ocidental é um lugar que vale pelo seu todo e nem mesmo a praça principal retira o brilho das pequenas ruas e parques, embora seja o ponto de encontro da maioria dos visitantes.
Para que Bruges se encontre no seu estado actual, muito contribuiu a profunda restauração da cidade no início do século XX, depois de um período marcado pela pobreza e pelo abandono por parte dos seus habitantes. Foram tempos negros que terminaram com a viragem do novo milénio e agora dão frutos num lugar que deve ser de visita obrigatória neste país.
Depois de ter chegado perto da meia-noita a Bruxelas, acordei no dia seguinte e apanhei um comboio de manhã cedo desde a capital até Bruges que demorou 1h15, numa viagem tão confortável que nem dei pelo tempo a passar. Estava há menos de 24 horas neste país e escolhi logo este destino como o primeiro a visitar… A isso se deve também o facto das viagens de comboio ao fim-de-semana terem 50% de desconto e por isso aproveitei todos os tostões que ia poupar para me fazer à estrada neste primeiro dia.
Grote Markt
Da estação de comboios até ao centro da cidade é uma distância muito curta. Toda a gente se dirigia a pé até à praça principal mas mesmo assim não se faziam sentir as grandes multidões (ainda). O Grote Markt é o coração da cidade e é o ponto de partida para quem visita Bruges. Ainda era cedo e a praça estava muito calma…
Belfort van Brugge
(Campanário de Bruges)
Para além dos edifícios coloridos com o seu aspecto medieval, a praça chama logo a atenção por dois motivos. Em primeiro lugar pelo Belfort van Brugge (Campanário de Bruges), um dos símbolos mais importante da cidade representado com uma torre sineira de 83 metros à qual se pode aceder para obter as melhores vistas da cidade. É inevitável não reparar neste edifício… Aliás, quando andava pela cidade sem saber onde me situava, bastava olhar para o céu em busca da torre para me orientar de novo. Como todos os edifícios são baixos, é impossível que a torre passa despercebida e este facto acontece por todas as cidades onde passei na Bélgica.
Provinciaal Hof
(Tribunal da Pronvíncia)
Em segundo lugar temos o Provinciaal Hof (Tribunal da Pronvíncia) que logo a seguir ao Belfort é um dos edifícios mais imponentes da cidade. Com um estilo neogótico virado para a Grande Praça, é o lugar onde se reunia o governo provincial da Flandres Ocidental. Hoje em dia é um edifício utilizado para cerimónias oficiais e exposições.
Sint-Janshospitaal
(Hospital de São João)
Em seguida fui directamente até este hospital que deve ser dos poucos no mundo que é considerado um ponto de visita. O Sint-Janshopotaal tem mais de oito séculos de história e possui alguns dos edifícios hospitalares mais antigos da Europa. Actualmente funciona mais como um espaço expositivo e um local para ser vivido através dos seus pátios e museus.
Bruges é uma cidade mesmo muito pequena e por isso a melhor forma de a explorar é perdermo-nos pelas imensas ruas medievais que formam um labirinto gigante! A cidade é um museu a céu aberto com as suas casas em tijolo e forma triangular das fachadas mas o que mais me entusiasmou foram os canais que já são uma parte tão antiga como a origem deste lugar. No século XII foram erguidos para facilitar o transporte de mercadorias pela cidade e no século XXI têm um interesse meramente turístico. Dessa forma, não é por acaso que a relação directa com o rio identifica Bruges tantas vezes como a “Veneza do Norte”.
Begijnhofkerk Sint-Elisabeth
(Igreja Beguina Santa Elisabete)
Entre ruas e ruelas acabei por ir dar ao Wijngaardplein, um parque que contém um lago e a Begijnhofkerk Sint-Elisabeth como plano de fundo num dos cartões de postal da cidade. A igreja faz parte do Begijnhuisje, um espaço fechado e muito tranquilo com um parque envolvido pelas casas brancas onde residem as irmãs beneditinas desde 1927 quando o Monasterium De Wijngaard desta comunidade freiras se instalou naquele lugar.
Rio Dijver
Este é o rio que acompanha o passeio pelas áreas mais interessantes desta cidade. É por isso que fazer todo este percurso junto ao rio ou a bordo de um barco pelos canais, torna-se uma caminhada pelo tempo e algo imperdível quando visitamos esta região.
Rozenhoedkaai
Um dos pontos altos da cidade e da sua relação com o rio Dijver é a zona de Rozenhoedkaai. A imagem deste cruzamento do canal com o Belfort no fundo é um dos locais mais fotografados de Bruges e um dos pontos de partida para poder apreciar a cidade de outra perspectiva através de um passeio de barco.
Burg
Da Rozenhoedkaai até à Burg, seguimos pela Blinde Exestraat, uma das várias ruas que passam por cima dos canais. Esta é uma praça incrível, com uma escala ligeiramente mais pequena que o Grote Markt e faz a ligação com esta por uma única rua. Assim como acontecia em Bruxelas, as festas de Verão também tinham chegado a esta cidade e com isso surgiam os palcos nas praças para os concertos nocturnos. Aqui neste espaço podemos encontrar alguns dos edifícios mais categóricos de Bruges como a Stadhuis (Câmara Municipal) e a Basiliek van het Heilig Bloed (Basílica do Sangue Sagrado).
Jan van Eyckplein
(Praça Jan Van Eyck)
À entrada do bairro de St. Anne ergue-se uma estátua de Jan van Eyck, um pintor flamengo que nasceu em Bruges e destacou-se pelas inovações ao nível da pintura de retrato e paisagem. A devida homenagem foi prestada numa zona muito sossegada da cidade e ao mesmo tempo surgiram variados estabelecimentos comerciais para haver mais um motivo que atraia visitantes até aquela praça.
No entanto, o que mais me impressionou neste lugar foi a baleia construída com várias peças de plástico a surgir do canal Spiegelrei. Com tons brancos e azuis, a ideia desta instalação é um alerta para a quantidade de resíduos plásticos que se encontram no mar e neste caso foram necessários 5 toneladas de lixo recolhidos na costa havaiana para compôr a baleia que em nada se comparam com os 150 milhões de toneladas espalhados nos oceanos. Esta intervenção serviu assim para dizer que se encontram muitos mais resíduos no mar do que baleias. Algo assustador e que dá que pensar…
Kruispoort, Sint-Janshuismolen e Koelewimolen
Da praça segui até ao limite nascente do centro histórico onde está o Kruispoort, uma das entradas da antiga muralha de Bruges. Ao lado está um jardim junto a um dos canais com dois moinhos, os únicos de um núcleo que já teve mais de vinte.
Ainda dei uma última volta pelo Grote Markt antes de regressar à estação de comboios. Pelo caminho passei na Igreja de Nossa Senhora e a Catedral de São Salvador, os dois lugares de culto religioso mais importantes de Bruges que também se destacam pelas suas torres sineiras.
Ao retomar o meu regresso para a estação, decidi tomar outro caminho como gosto sempre de fazer. Mesmo antes de chegar à estação encontrei o Minnewaterpark, sem duvida um dos lugares mais bonitos e harmoniosos da cidade.
O meu tempo estava mesmo a acabar e era altura de regressar a Bruxelas. Em falta ficaram por ver alguns museus como o Museu Groenige ou o Museu Arenshuis mas não podia estar mais contente com Bruges. Mostrou-se uma cidade muito mais charmosa e agradável do que imaginei, provei o melhor waffle da Bélgica e o “melhor chocolate quente do mundo” (apesar de em Bruxelas e Gent também ter apanhado outros letreiros a dizer o mesmo) e um dia foi suficiente para ver tudo por aqui. O ponto menos positivo foi ter visitado a cidade num sábado… Ao fim-de-semana estas cidades enchem bastante e fez-me um confusão não conseguir passar por certos lugares devido à grande afluência de pessoas nas ruas. Fica a dica…
Na memória ficam os passeios pelos canais e todas as boas lembranças que com que saio de Bruges. É um lugar que se tem de ir uma vez na vida, naquela que é sem dúvida uma das cidades mais bonitas da Europa.
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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.
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