CAMINHO PORTUGUÊS DE SANTIAGO INTERIOR, 11 EXPERIÊNCIAS A NÃO PERDER

Uma alternativa à Estrada Nacional 2 para descobrir o Norte de Portugal, um pequeno-almoço à moda das vindimas e a genuinidade das pessoas que encontramos no caminho

PUBLICADO A 4 DE OUTUBRO DE 2022 | VIAGEM DE 20 A 22 DE SETEMBRO DE 2022

Parece que há mais um Caminho de Santiago a passar em Portugal! Depois do sucesso do Caminho Central Português e do Caminho Português da Costa, nasceu o Caminho Português de Santiago Interior. Este percurso não é tão conhecido mas quem já fez diz que foi o mais especial!

Por ainda estar carente de alguma informação para o público em geral, os oito municípios que contemplam este Caminho, lançaram o desafio à ABVP para o promover, ao qual disse presente! A mim juntaram-se outros bloggers incríveis como o Marcelo do Ir em Viagem, a Ruthia d’ O Berço do Mundo, o Jorge do Lugares Incertos, a Ana do Comedores de Paisagem, a Diana e o Ricardo do Explorandar, a Sónia do Lovely Lisbonner, a Maria João do Joland, a Mónica do Passaporte no Bolso e o André do Tempo de Viajar.

Estivemos três dias entre Viseu e Chaves e, como é óbvio, é impossível mostrar todo o Caminho num espaço de tempo tão curto. Ainda assim, fomos a alguns pontos estratégicos com o intuito de mostrar um percurso direccionado para o turista que pretende ficar em lugares mais luxuosos ou para o fiel peregrino que quer sentir ao máximo a essência do Caminho (sendo que este público alvo até é o mais exigente).

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Caminho Português de Santiago Interior

Entre Viseu e Santiago de Compostela, o Caminho Português do Interior percorre cerca de 387km dos quais 214km são em território nacional. Logo depois de Viseu, o caminho estende-se pelos municípios de Castro Daire, Lamego, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Chaves. Neste último município, o percurso atravessa a fronteira em Vilarelho da Raia e encontra-se no lado espanhol com a Via da Prata, um dos Caminhos de Santiago que parte desde Sevilha.

Ao longo das 11 etapas pré-estabelecidas neste Caminho, somos surpreendidos pelas paisagens do Alto Douro Vinhateiro e do Alto Tâmega assim como pela genuinidade das pessoas que encontramos nas aldeias e por tantas outras tradições do Norte de Portugal.

O Caminho já está a ser preparado para fornecer as melhores condições aos peregrinos, quer ao nível da orientação das etapas que estão muito bem assinaladas (salvo alguns pontos atacados por incêndios que ainda têm de ser repostos), quer ao nível do alojamento com a criação de vários albergues com as condições mínimas para se passar a noite. De qualquer forma, o site oficial do caminho está muito bem organizado com as várias etapas e outras questões que podes consultar aqui.

O objectivo deste Caminho passa principalmente por aumentar a procura por um território onde estão algumas das povoações mais isoladas no Norte do país. Neste artigo, pretendo dar a conhecer alguns dos locais mais importantes a visitar através de 11 experiências que não vais querer perder!

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Visitar o centro histórico de Viseu

Esta “caminhada” começou em Viseu. E sim, está entre aspas porque o tempo não dava para tudo e assim utilizamos um transporte próprio para nos deslocarmos até aos pontos mais importantes que queríamos mostrar nesta viagem.

Foi a partir do largo onde estão a Sé de Viseu e a Igreja da Misericórdia que encontramos as primeiras indicações para seguir o Caminho. Na verdade, a 1ª etapa começa em Farminhão (junto ao limite com o concelho de Tondela) e termina no centro de Viseu. Aproveitamos para dar uma volta pelo centro histórico e absorver a primeira luz do dia a reflectir nas suas típicas casas tradicionais em pedra.

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Passar pelos albergues do Caminho

Seguimos para Mões onde fomos recebidos por um guia local que nos acompanhou numa pequena visita à vila e nos falou em como o turismo religioso é importante para as povoações daquela região. A vila possui várias inscrições romanas visíveis pelas ruas como prova de que aquele povo passou por ali e tem na igreja matriz e no pelourinho uma das suas principais referências desses tempos.

Continuamos o caminho entre vinhas, percursos de terra batida (antigas rotas medievais) e passagem por Vila Boa (a vila das duas mentiras, porque não é vila nem é boa) até chegarmos à Praia Fluvial de Folgosa onde passa o Rio Paiva. É um dos lugares mais bonitos que encontramos durante o Caminho.

Durante a manhã, ainda paramos no Albergue da Moura Morta. Localizada num dos pontos mais altos de uma aldeia com o mesmo nome, possui camaratas, cozinha, instalações sanitárias e zona de lavagem de roupa. Assim como acontece noutros albergues, a maior parte destes edifícios faz parte de um plano de  reaproveitamento de antigas escolas que estavam ao abandono. A sua localização em locais menos povoados tem o objectivo de trazer novas dinâmicas a estas aldeias, sendo que muitas delas encontram-se (quase) ao abandono.

E como qualquer visita no Norte não pode ficar completa sem experimentarmos a gastronomia local, não saímos daqui sem provar o Bolo Podre. É um doce típico da região de Castro Daire e que de podre não tem nada. É muito parecido a um folar e igualmente bom!

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Explorar o património cultural de Lamego

Um dos lugares com o património cultural e histórico mais rico que encontramos no Caminho é a cidade de Lamego. Por estas razões, até há quem diga que Lamego devia ser a capital da Beira Alta. É porque não falta tradição nas ruas, cada canto desta cidade tem um significado especial e aqui encontramos a igreja mais antiga da Península Ibérica!

Começamos por visitar dois dos edifícios mais categóricos desta cidade. Em primeiro lugar, entramos na Catedral de Lamego que impõe respeito pela monumentalidade que contrasta com uma leveza extraordinária quando visitamos o seu claustro. Em seguida, atravessamos a rua até ao Teatro Ribeiro Conceição que é muito comparado com o Teatro Alla Scala em Milão.

Continuamos até ao centro histórico, uma zona muralhada da qual apenas subsistem algumas casas, a torre de menagem, parte da velha muralha e a cisterna. Não percebi se esta parte da cidade está ao abandono mas que tem muito potencial, lá isso tem! E quando chegamos ao topo do castelo, temos uma panorâmica geral da cidade. A meio da tarde, fizemos uma pausa na nossa visita para ir às Caves Raposeira fazer uma prova de espumantes. Para quem estiver interessado, pode visitar as caves e ainda tem direito a um prova de vinhos no fim da visita.

E claro, já que estávamos em Lamego, não podíamos ir embora sem visitar o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios. Localizado no topo do monte de Santo Estevão, é um marco na paisagem ao qual é impossível ficar indiferente devido à escadaria com os seus quase 700 degraus que faz a ligação até ao centro da cidade.

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Provar os vinhos no Museu do Douro

O Peso da Régua recebeu-nos com um fim de dia espectacular, onde a luz do sol dava um ar da sua graça a uma das paisagens mais bonitas que encontramos, com o Rio Douro em primeiro plano. Nesta região é possível descobrir imensos cenários vinícolas e é um dos melhores destinos para os amantes de vinho.

Desse modo, estávamos no lugar certo para conhecer melhor a história dos vinhos do Douro! No segundo dia, usamos uma parte da manhã para visitar o Museu do Douro que se situa nas margens do rio. Faz todo o sentido que ali se encontre porque era dali que os barcos de madeira transportavam o vinho até Vila Nova de Gaia. Este espaço foi concebido para conservar a história do vinho do Douro nesta região e mostrar as práticas mais antigas das vindimas. Cada vez menos gosto de visitar museus mas aqui foi diferente e a experiência foi mesmo enriquecedora! Para finalizar, ainda tivemos direito a uma prova de vinhos com vista para o Douro.

Seja como for, tudo o que aprendemos só veio ficar complementado com a ida à Casa do Douro que representa a Federação Sindical dos Viticultores do Douro. Este edifício é marcado essencialmente pelo vitral que representa de uma forma simbólica a história das vindimas e pelo salão nobre onde se destacam os três candelabros em cristal em forma de cacho.

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Um pequeno-almoço especial em Santa Marta de Penaguião

Antes da visita ao museu, fizemos um troço do Caminho desde São João de Lobrigos até Santa Marte de Penaguião onde estávamos instalados. A ideia era conhecermos uma parte do caminho e algum do património religioso (super rico!) da região.

No fim deste percurso, tivemos direito a um pequeno-almoço especial. O destino era o Espaço Douro Vivo, um lugar com vista privilegiada para as vinhas do Douro, que nos recebeu com um manjar dos deuses! Mal foi o nosso espanto quando às 9h30 da manhã nos estavam a dar bacalhau com batata cozida acompanhado de vinho típico da região. Estranho? Para alguns talvez não… Este é o “lanche da manhã” para os trabalhadores que passam os dias nas vindimas. Este trabalho árduo por vezes começa tão cedo que é normal anteciparem alguns processos do dia-a-dia como o próprio almoço. Foi certamente das experiências mais bonitas que tivemos ao longo do Caminho!

Neste momento há algo que me intriga: o que é que esta tradição tem haver com o Caminho de Santiago? Provavelmente nada mas a ideia é mostrar que nos lugares em que passamos, podemos ter inúmeras experiências que se alargam a vários contextos! Por exemplo, também nos apresentaram a mítica Estrada Nacional 2 em Santa Marta de Penaguião por ser um ponto onde estes dois percursos se cruzam.

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A gastronomia exemplar de Vila Real

E que melhor maneira de dizermos que estamos em Vila Real sem dizer que estamos em Vila Real? Comida é a resposta certa!! Uma vez que estamos no Norte do país, comemos sempre muito (e bem!) e foi em Vila Real que tivemos uma das melhores experiências gastronómicas. Durante o almoço surpreenderam-nos com o Covilhete, uns pastéis de massa folhada com picado de carne maronesa e as Cristas de Galo com a sua massa estaladiça recheada com doce à base de ovos!

Mas nem só de comida se fez esta pequena visita à cidade… Fomos recebidos no posto de turismo, como muita informação alusiva à Estrada Nacional 2 e a partir daqui seguimos até à Sé de Vila Real. Uma igreja muito bem estimada que data do século XV e tem como principal imagem de marca o órgão com milhares de tubos e com quatro teclados que o tornam o mais moderno do país.

Esta cidade em tempos foi uma vila especial para o Rei D. Dinis (daí o nome Vila Real) e por isso não falta património para conhecer desde o Centro Histórico até à Vila Velha. Foi já nesta parte antiga da cidade que nos despedimos no Museu da Vila Velha, onde ouvimos algumas histórias sobre a cidade e terminamos da mesma forma que começamos: a comer. Mais uma vez, mimaram-nos com uma boa dose de Covilhetes e Cristas de Galo acompanhados de um vinho do Douro de Vila Real.

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O melhor do caminho são as pessoas

Para esmoer toda a quantidade de comida que nos deram em Vila Real, nada melhor que seguir mais um trilho! Assim sendo, seguimos até à aldeia de Tourencinho que é uma das povoações que encontramos a meio da 8ª etapa do Caminho Português de Santiago Interior.

Neste pequeno troço de 7km até Parada de Aguiar, passamos por uma das melhores experiências que justificam o Caminho. Ao passar na aldeia de Gralheira, tivemos o primeiro contacto com habitantes locais como foi o caso do Sr. Manuel Luís, que prontamente nos recebeu na sua horta e nos contou como era bom estar no campo a fazer aquele trabalho. Pouco depois apareceu o Sr. Fernando no seu tractor cheio de lenha, que nos deu uma boleia de alguns metros e com o qual tivemos ali dois dedos de conversa… A simpatia das pessoas é sem dúvida a melhor coisa que encontramos no Caminho! À parte disto, andamos na maior parte do tempo por trilhos de terra batida até uma parte que coincide com a ciclovia que veio substituir uma antiga via férra.

Todo o percurso está muito bem marcado, existem pontos de água no caminho e já ao cair da noite chegamos ao albergue de Parada de Aguiar onde recebemos a Credencial do Peregrino. Esta credencial é o documento oficial do Caminho que nos dá acesso a albergues e outros serviços. Se no fim do Caminho tivermos dois carimbos diários e cumprirmos pelo menos 100km a pé ou 200km a bicicleta ou a cavalo, somos dignos de receber a tão aclamada Compostela quando chegarmos a Santiago.

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Acordar com um reflexo do céu na Lagoa do Alvão

Desviamo-nos mais uma vez do caminho para passar a noite no Alvão Village Camping. Situado no planalto do Alvão em Vila Pouca de Aguiar, junto à Barragem da Falperra, é um lugar inspirado no mundo castrejo que dá origem às casas da época pré-romana. É perfeito para estar em contacto com a natureza e o ponto de partida ideal para visitar o património histórico e cultural do concelho.

Ao lado do parque, encontramos a Lagoa do Alvão que acordou neste dia com uma neblina que proporcionava um cenário místico na paisagem! Foi bom acordar com este reflexo de céu na lagoa. Este espaço faz parte de um parque com todas as condições básicas para se passar um bom dia em família.

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Apreciar o que o Caminho tem para oferecer

Voltamos a Vila Pouca de Aguiar que dista pouco mais de 5 minutos de carro do Alvão. Retomamos o caminho que corresponde a uma parte da 9ª etapa e seguimos até Cidadelha de Aguiar onde nos esperavam para tomarmos o pequeno-almoço (e desta vez não tivemos direito a bacalhau).

Neste troço até Vila Meã, aproveitamos ao máximo o que o Caminho tem para oferecer e somos mais uma vez surpreendidos pela bondade das pessoas. Tivemos direito a um pequeno workshop de madeiras com a ajuda do Sr. Arlindo que nos explicou a melhor forma de montar cozinhas. Adiante, apanhamos no caminho o Sr. Cândido que com os olhos meio fechados e um sorriso na cara, nos contava que com a ajuda do seu cajado fazia aquele passeio todos os dias. “Temos de ser activos e não há melhor que este caminho para nos mantermos em forma”, dizia ele… Além disso, as vinhas, os cavalos e os campos foram uma constante ao longo de um percurso com um nível de dificuldade muito facilitado.

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Degustação da melhor Água das Pedras

Em Vila Meã apanhamos o nosso transporte até ao Parque das Pedras Salgadas, de onde vem a tão famosa Água das Pedras. E como o Caminho atravessa este parque, é a desculpa perfeita para experimentarmos a água das pedras directamente da fonte. Acabamos por ir à Nascente Pedras Salgadas onde somos recebidos pela boa disposição da D. Goreti que prontamente nos dá a provar um pequeno cálice daquela água. Ainda assim, existem outras 4 nascentes ao longo do parque com propriedades únicas que foram reconhecidas há várias décadas pela sua capacidade para fins terapêuticos.

O parque é igualmente conhecido pelas Eco Houses e as Tree Houses que permitem uma estadia de uma ou mais noites neste complexo. Estes equipamentos permitem desfrutar da natureza em toda a sua plenitude e têm acesso a todas as infraestruturas do parque.

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As Termas Romanas de Chaves

Por fim, uma das últimas etapas do Caminho passa por Chaves. O que não falta nesta cidade são vestígios romanos a começar pelas marcações da Via Augusta, uma das rotas romanas mais importantes da antiga Hispânia, ou dos marcos aparentemente visíveis na Ponte de Trajano.

No entanto, o seu expoente máximo atinge-se nas Termas Romanas de Chaves. Este complexo é o maior deste género na Península Ibérica e é surpreendente! Pelas instalações que foram construídas como pela sua monumentalidade impressionante! Esta descoberta recente pretende ser um dos principais dinamizadores da cidade e agora já possui um espaço próprio para visitação desde 2021. A descoberta das termas verificou-se em 2005 quando se começavam as escavações para construir um parque de estacionamento para a cidade…

Contudo, para completar os conhecimentos acerca dos romanos nesta região, podemos visitar o Museu da Região Flaviense. Situado no Paço dos Duques de Bragança, oferece uma colecção de peças que datam desde o século III a.C. até peças do período da romanização, tratando-se de um dos espólios mais completos nesta área.

Voltando ao Caminho que é o que interessa, não faltam informações e direcções para chegar a Santiago. Desde Chaves, só falta uma etapa até chegar a Espanha quando passarmos por Vilarelho da Raia. Só que estas indicações conduziram-nos aos famosos Pastéis de Chaves (uma massa folhada em forma de meia-lua recheada com carne de vitela picada) no posto de turismo da cidade no qual nos despedimos do Caminho.

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Notas finais

Eu não sei quanto a ti que estás desse lado mas eu fiquei com muita vontade de fazer o Caminho completo! O nosso país é incrível e há sempre algo a cada esquina que nos entusiasma e nos incentiva a explorar a cultura, a gastronomia e o lado humano das pessoas que se atravessam à nossa frente.

Assim que passamos a fronteira, o Caminho segue até Verín e posteriormente encontra-se em Ourense com a Via da Prata. No total, ainda são mais 173km até encontrarmos as portas de Santiago de Compostela. É certo que que para obtermos a Compostela podíamos começar o trajecto em Espanha mas de certeza que não tinha a mesma piada… Espero que este artigo te convença a completar o Caminho Português de Santiago Interior que eu espero vir a tornar-se um dos mais apreciados por peregrinos e amantes de caminhadas ao mesmo tempo que nos permite explorar um dos lados mais desconhecidos e igualmente bonitos de Portugal.

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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.

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    • Sem dúvida! O contacto com os locais é algo que cada vez mais gosto de incluir nas minhas viagens que se tornam muito mais enriquecedoras com estas experiências! 🙂

  • Boa tarde que já é noite. Adorei os locais a percorrer muito bem ilustrados pelas belas fotos. Porque não um dia quem sabe? Bem haja!

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