CASABLANCA, DAS TRADIÇÕES À MODERNIDADE

A única mesquita no país aberta a não muçulmanos que por acaso é a terceira maior do mundo, os gatos que são donos e senhores desta cidade e o maior centro económico de Marrocos

PUBLICADO A 27 DE ABRIL DE 2023 | VIAGEM DE 4 A 6 DE MARÇO DE 2023

Não sei se foi por causa das influências mouriscas que me chamaram a atenção na última viagem que fiz pelo sul de Espanha mas a verdade é que acabei por aterrar em Marrocos assim que pude, mais concretamente em Casablanca. Estive 10 dias neste país com o objectivo de visitar Marraquexe e deserto e para isso decidi inscrever-me numa viagem organizada. Viajar sozinho é bom numa perspectiva de que podes gerir o teu tempo como quiseres só que eu já estava a precisar de fazer alguma coisa em que não precisava de me preocupar com nada!

E assim fiz! Arranjei um pacote de viagem que começava a meio da semana só que fui uns dias mais cedo para aproveitar outros lugares. Uma dessas opções caiu em Casablanca porque queria visitar a famosa Mesquita Hassan II e já ia com a ideia que ia encontrar uma cidade que facilmente conseguia conjugar com outro destino antes de chegar a Marraquexe.

Com o tempo que passei em Casablanca, fiquei de certa forma intrigado com os contrastes nas ruas. Esta cidade vive essencialmente para os negócios, sendo uma das mais importantes a nível financeiro no continente africano. Ao mesmo tempo, o progresso civilizacional de Casablanca não acompanhou o seu crescimento económico. Ou seja, temos uma medina bastante degradada quando ao lado existe um centro comercial moderno que em nada se relaciona com esta zona antiga. Em certos aspectos, dá até uma ideia que as prioridades estão um pouco trocadas…

Andar por Casablanca fez-me olhar para toda esta cidade com um sentido crítico mais apurado em relação a outras viagens. Para começar, cheguei ao país durante a tarde e a única coisa que consegui fazer no primeiro dia foi chegar à maior mesquita da cidade e apanhá-la iluminada.

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Praça Muhammed V

Era domingo de manhã e parecia que nada estava a acontecer nesta praça em relação ao dia anterior quando passei por lá de eléctrico. Ao redor da Praça Muhammed V, estão alguns dos edifícios mais importantes da cidade como o Palácio da Justiça. No meio com uma fonte, é provável que se encontre algumas crianças a brincar com pombos e, para não ficar atrás de outras cidades, também já existe um letreiro “We 🫶🏻Casablanca” para dar as boas-vindas aos seus visitantes.

O Parque da Liga Árabe é outro largo que estava vazio mas num dia agitado está super lotado com vendedores de rua ou miúdos a andar de skate. Ali ao lado, está a Catedral do Sagrado Coração que hoje em dia funciona como um espaço cultural e impressiona pela sua dimensão com um dos maiores edifícios da cidade.

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Mercado Central e Cinema Rialto

De uma praça para outra, foi assim que cheguei à Praça das Nações Unidas que marca a entrada para a medina. No entanto, fiz um pequeno desvio para ir até ao Mercado Central e ao Cinema Rialto.

Além da vertente cultural, são dois edifícios icónicos que vale muito a pena visitar. No caminho, fui reforçando a impressão que tinha sobre os gatos já que, à semelhança de outros lugares do país, são donos e senhores do mundo e fazem o que querem.

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Medina

Aqui chegamos ao lugar mais confuso e stressante em Casablanca. Tal como sucede em todas as grandes cidades marroquinas, são metros e metros de ruas estreitas cheias de lojas e vendedores persistentes como nunca vi. O assédio costuma ser grande mas acho que não se meteram muito comigo porque chegaram a dizer-me que parecia um marroquino. De qualquer forma, é uma experiência que aconselho a viver, até porque é aqui que ainda permanece a identidade das cidades e então em Casablanca faz ainda mais sentido este voltar ao passado.

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Mesquita Hassan II

O maior cartão postal da cidade e uma das imagens do país. Depois de me terem aconselhado o Sqala Restaurante para almoçar (é um espaço incrível mas está mais bem preparado para pequenos-almoços), era altura de visitar a Mesquita Hassan II.

Este espaço é o único deste género aberto ao público em geral e falamos da terceira maior mesquita do mundo, pronta para receber cerca de 25000 fiéis ao mesmo tempo. É um lugar único que teve uma mão de obra gigante! No total foram cerca de 12500 trabalhadores dos quais 10000 eram artesãos. É por isso que encontramos um edifício exímio com uma pormenorização exemplar difícil de encontrar noutros cantos do nosso planeta.

Foram os 12€ mais bem gastos dos últimos tempos! Ao entrar na mesquita temos de ser acompanhados por um guia e, como “bons muçulmanos”, temos de andar descalços em respeito aquele lugar de culto.

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Rabat

Ao segundo dia, decidi apanhar um comboio para visitar a capital Rabat. Bastou uma hora de viagem para chegar à cidade onde está sepultado o herói nacional Mohammed V, o maior responsável pela independência do país. Rabat, é uma cidade mais organizada, mais limpa e mais tranquila. Tudo isto se explica porque na capital se encontra a residência oficial do rei e daí a este ser um lugar mais estruturado. Voltei a Casablanca ao fim do dia desta cidade que se revelou uma enorme surpresa!

Rabat, a requintada e discreta capital do império_Num Postal-22

De uma forma geral gostei do que vi! Não achei uma cidade muito entusiasmante mas vale a pena visitar nem que seja para passar na Mesquita. Como não é uma cidade muito virada para o turismo, a oferta também é reduzida.

Contudo, pelo facto de Casablanca se desenvolver para se tornar um centro financeiro ainda maior, tem uma rede de transportes que não sendo espectacular, funciona. O eléctrico foi mesmo o meu melhor amigo nestes dias quando precisava de me deslocar do hostel para o centro da cidade. Outra curiosidade que achei interessante é o controlo das autoridades no que quer que aconteça pelas ruas, é que as pessoas nem na relva se podem sentar ou esticar-se a apanhar sol. Vem logo um agente (que não percebi se pertencia à policia) a soar um apito.

Existe muita coisa boa a acontecer e mesmo parecendo que tudo é válido neste tipo de culturas, estes dias por Casablanca deixaram-me em pulgas para o que ainda estava para vir!

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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.

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