FAIAL,
UMA FORÇA DA NATUREZA
Vistas intermináveis para o Pico, uma das caldeiras mais bonitas dos Açores e um vulcão que aumentou a dimensão da ilha
PUBLICADO A 5 DE JANEIRO DE 2021 | VIAGEM DE 12 A 14 DE NOVEMBRO DE 2020
O Faial é a ilha mais ocidental do Grupo Central e uma das mais poderosas dos Açores. Noutros tempos, a ilha era uma sede de concelho e controlava tudo o que se passava no Pico, São Jorge, Graciosa e Terceira. Talvez por isso seja um dos lugares menos amados do arquipélago e mesmo durante a minha passagem na ilha, ouvi muitos comentários de que os faialenses não são muito simpáticos…
De qualquer forma, não tive qualquer problema, antes pelo contrário… Achei o Faial muito intrigante mas no bom sentido. Houve muito pouco tempo para explorar esta ilha e desde cedo deu para perceber que ali aconteceram alguns dos fenómenos mais incríveis da Natureza.
É uma ilha dominada pela cratera que deu origem à Caldeira no interior do Faial. À sombra do antigo vulcão instalaram-se os primeiros habitantes da ilha, um grupo de flamengos que ali chegou em 1465, e juntamente com a ilha do Pico, o Faial é uma das ilhas onde a caça à baleia foi uma das principais fontes para a economia. Isto e muito mais podemos descobrir a partir da Horta onde me instalei para explorar o resto da ilha durante um dia e meio.
Horta
É a capital da ilha onde desembarcamos vindos do Pico. A distância é tão próxima que é inevitável perdermo-nos de vista para o ponto mais alto de Portugal desde a Horta. Chegamos durante a tarde e enquanto havia sol tentei aproveitar para percorrer as ruas, ver as igrejas e passear pela marina.
A Marina da Horta é um dos pontos de paragem obrigatória para muitos velejadores de todo o mundo. Junto ao porto é bem visível um mural com pinturas das embarcações que atracaram naquele porto. Existem histórias que diziam que ao fazer isso, os barcos chegavam em segurança ao destino final. Se é verdade ou não, o que interessa é que está ali uma galeria muito interessante para ser admirada.
Junto à marina está o Forte de Santa Cruz, um dos lugares mais emblemáticos da cidade, e ainda o Peter Café Sport que toda a gente conhece como Peter’s. Este bar era um lugar de encontro para os velejadores que chegavam à Horta e com tempo tornou-se um ponto fulcral da cidade. Até dizem que “se velejares até à Horta e não visitares o Peter, não viste a Horta na realidade”…
Porto Pim
No lado sul da cidade da Horta, forma-se uma das baías mais bonitas que vi nos Açores. Na baía de Porto Pim temos uma praia com uma vista privilegiada para o pôr-do-sol, enquadrado pelo Monte da Guia e esta parte da cidade que se desenvolve junto ao mar. No fim da praia podemos visitar a Fábrica da Baleia do Porto Pim e petiscar algumas das especialidades da ilha nas tabernas à volta.
Eu estava mais numa de disfrutar o pôr-do-sol… Podia ter subido ao topo do Monte da Guia mas as pernas não davam para tudo, até porque neste dia tinhamos descido o Pico… No entanto, entre a marina da Horta e a praia do Porto Pim temos um outro monte, o Monte Queimado, ao qual arrisquei a subida porque não é tão alto. A vista não desiludiu e terminei ali o dia com mais uma perspectiva desta praia espectacular!
Caldeira do Faial
O último dia nos Açores serviu para visitarmos a Caldeira do Faial, umas das mais recentes e certamente das mais bonitas dos Açores. No entanto, esta visita à Caldeira que tinha tudo para correr mal, acabou com um final feliz…
Chegamos à caldeira para fazer o trilho em volta da mesma e apanhamos um nevoeiro tão grande que não dava para ver a cratera deste antigo vulcão. Começamos a percorrer o caminho de 6,8 km, passando pelo ponto mais alto da ilha a 1043 metros de altitude, o Cabeço Gordo, e com o passar do tempo as nuvens desvaneceram e confirmaram tudo o que de espectacular tinhamos ouvido sobre a Caldeira do Faial. À volta da ilha, as nuvens também levantaram de um momento para o outro e assim já conseguíamos ver a ilha toda sem nunca perder de vista o Pico como plano de fundo.
Cabeço do Canto
Antes de mais nada, quando chegamos à Caldeira do Faial, tinhamos pensado fazer o Trilho dos Dez Vulcões, uma das melhores actividades para se fazer no Faial. Contudo, isso não foi possível dada as condições em que a subida ao Pico nos deixou, optamos apenas por fazer um pequeno troço deste trilho que começou antes de subirmos o Cabeço do Canto.
O Cabeço do Canto é um cone vulcânico na zona poente da ilha e é um dos últimos vulcões inactivos pelo qual temos de passar até chegar ao Vulcão dos Capelinhos.
Vulcão dos Capelinhos
De repente, o dia estava perto de acabar e nós de chegar ao Farol e Vulcão dos Capelinhos. Situado na Ponta dos Capelinhos, toda esta área formou-se por consequência da erupção do Vulcão dos Capelinhos que durou pouco mais de um ano entre setembro de 1957 e outubro de 1958. Todo o material expelido originou uma paisagem singular que não encontramos em outras ilhas dos Açores e formou uma porção considerável de terreno que se ligou à ilha do Faial.
Naquela zona ainda encontramos o Farol da Ponta dos Capelinhos e o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos. Este último foi concebido em 2008 por não haver nenhuma informação no local que sobre a história do vulcão. Ainda assim, não há nada mais fascinante do que poder estar na presença daquele território ao vivo e a cores.
Embora não seja possível caminhar sobre o vulcão, de modo preservar todo aquele espaço, é possível subir a colina junto ao farol. Dali temos uma vista incrível sobre o vulcão e com melhor tempo podíamos ter visto um pôr-do-sol ainda mais memorável.
E assim terminou esta aventura de 10 dias pelos Açores… Fiquei mesmo com o Trilho do Dez Vulcões atravessado na garganta mas tenho a certeza que será algo que estará no top de coisas a fazer quando voltar a esta ilha. Seguramente que também haverá muito mais para descobrir nesta ilha que, apesar de ser das mais pequenas, tem muito para explorar.
Do Faial só tenho que dizer bem de uma terra da qual me foram avisando que era de pessoas “não muito simpáticas”… Não sei se foram as vistas da Caldeira que me fizeram esquecer tudo o resto mas a verdade é que não tenho razão de queixas. No fim ficou uma vontade muito sincera de voltar a uma das ilhas mais bonitas dos Açores!
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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.
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