FLORIANÓPOLIS,
A TERRA DA CARONA

Um safari de praias, uma Páscoa com o pé na areia e a cultura açoriana nas raízes desta ilha

PUBLICADO A 4 DE JANEIRO DE 2020 | VIAGEM DE 14 A 16 DE ABRIL DE 2017

Florianópolis é a capital do estado brasileiro de Santa Catarina, na região Sul do país. É um lugar que se localiza numa ilha e pela qual tem se tem apenas acesso por uma ponte ou barco.

Mesmo estando a sul e não possuindo as altas temperaturas do Nordeste brasileiro, é uma região que é principalmente conhecida pelas suas praias (onde se julga que tenha cerca de 100 reconhecidas) e, além disso, há uma grande presença da cultura açoriana e da arquitectura colonial que contribuem para o crescimento do turismo da ilha. No entanto, o que prevalece é a grande relação que existe com a natureza e as 1001 trilhas existentes na ilha.

Esta viagem surge com o objectivo de passar uma Páscoa diferente e acabamos por escolher Florianópolis para o fazer. Sendo mais uma viagem na companhia dos amigos INOV, saímos de autocarro desde São Paulo e viajamos durante 11 horas pela noite dentro. Chegamos de manhã à cidade, estivemos três dias completos a desfrutar do melhor que a ilha tem para oferecer.

Dia 1, De praia em praia pelo Centro da ilha:

Com o intuito de aproveitar as praias, evitamos a cidade de Florianópolis e dirigimo-nos diretamente para o centro da ilha onde se situa a Lagoa da Conceição, um dos lugares mais descontraídos para se estar e aproveitar a vida. É um local com uma vida muito boémia que abriga grande parte dos jovens universitários da ilha e é aqui que um boa parte dos estudantes portugueses vêm fazer intercâmbio no Brasil. Aliás, foi através de alguns estudantes, portugueses e brasileiros, amigos de amigos, que conseguimos arranjar estadia (foi menos uma preocupação nestas mini-férias embora as opções de pernoita sejam bastante em conta, fora os dias de época alta).

Florianópolis, a terra da carona_Num Postal
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Praia da Barra da Lagoa

Depois de assentar, partimos em direção à primeira parada: a Praia da Barra da Lagoa. A praia serve um pequeno bairro com o mesmo nome e não há nada que possa faltar para passar um bom tempo neste espaço. A praia da Barra da Lagoa é também o início da maior praia de Santa Catarina, a Praia de Moçambique, que possui ao todo uma orla de 8 km que se estende até ao Norte da Ilha.

Florianópolis, a terra da carona_Num Postal
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Trilha da Galheta

Curiosamente, fomos numas das melhores épocas para se visitar Florianópolis, em pleno Outono (meados de Abril), mas o tempo não era o mais favorável. Não que estivesse frio, mas pelas imagens podem ver que o sol não estava muito convidativo… Assim sendo, iniciamos a Trilha da Galheta, a responsável por ligar a Barra da Lagoa a outras duas das praias mais conhecidas na ilha. Começamos a subir as montanhas e do topo tem-se uma percepção incrível de toda a Lagoa e da sua envolvente. Foi muito bom termos feito esta trilha logo no início desta viagem porque tivemos uma melhor noção do espaço à nossa volta.

Florianópolis, a terra da carona_Num Postal
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Praia da Galheta

À medida que descíamos a colina, entramos na Praia da Galheta. Uma praia sem qualquer estrutura de apoio e pela qual é acedida apenas por trilha. Pelo facto de ser uma praia isolada e em que nem toda a gente consegue alcançar, é uma praia em que o naturismo tornou-se uma prática comum mas qualquer pessoa pode usufruir do espaço, com ou sem roupa.

Florianópolis, a terra da carona_Num Postal
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Praia Mole

Atravessando um costão de rochas (um dos muitos cartões de postal da ilha), chegamos à Praia Mole. Muito mais movimentada e com outras infra-estruturas em relação à praia da Galheta, é uma das praias de eleição do público que ali fazem festas o ano inteiro nos poucos bares que ali existem, alguns com música ao vivo. A prática desportiva ali é muito recorrente, sendo um ponto de etapas de campeonatos de surf e outros desportos náuticos. Infelizmente, apanhamos um dia não muito festivo e pouco era o movimento na praia (o tempo também não tinha ajudado).

Florianópolis, a terra da carona_Num Postal
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O dia estava a chegar ao fim e com a noite a cair juntamo-nos com alguns dos estudantes portugueses com quem organizamos um churrasco. Depois de jantar, passeamos pelas ruas dos bares na Lagoa da Conceição que são os responsáveis pela grande dinamização nocturna daquele lugar.

Dia 2, Maratonas de ônibus rumo ao Norte:

Praia da Daniela

Era altura de fugir aos pontos mais turísticos e fazer algo diferente do típico “gringo” que só pensa em ir aos lugares aconselhados pelo Google. O primeiro ponto do dia era a Praia da Daniela, um lugar do qual apenas sabíamos que se situava a Norte da ilha.

Foi-nos aconselhado por uma das pessoas que nos alojou e por isso decidimos arriscar… Olhando para o mapa, as distâncias nem parecem muito longas mas mal sabíamos nós que iriamos demorar cerca de 45 minutos desde a Lagoa da Conceição entre três autocarros que tivemos de apanhar. No entanto, o risco valeu a pena e foi umas das praias mais interessantes onde estivemos durante a nossa estadia de 6 meses no Brasil. Chegando por um pequeno bairro com casas de férias, atravessamos a densa de vegetação que divide de forma imperiosa a praia da civilização. Estando na praia dá a ideia que não existe nada à volta e isso foi dos pontos mais positivos para nós e ainda tivemos a sorte de apanhar um tempo bem melhor em relação ao dia anterior.

Florianópolis, a terra da carona_Num Postal
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Santo António de Lisboa

Depois de almoço seguimos em direção a Santo António de Lisboa (e desta vez lá decidimos ir de uber, que funciona muito bem no Brasil). Esta pequena vila foi, juntamente com Sambaqui, o lugar escolhido pelos primeiros emigrantes açorianos a fixar residência na ilha e ainda preserva muito o que são os seus costumes e tradições através das suas danças folclóricas (que conseguimos apanhar de surpresa antes de sairmos da vila).

Não é um local para se fazer praia mas a sua relação com o mar convida-nos a isso pela vista panorâmica do Continente e do centro de Florianópolis e pelo e do pôr-do-sol inesquecível. A vila é muita conhecida pelas suas ruas estreitas, as casas coloridas com janelas e portas pintadas com cores impactantes (herança da cultura açoriana) e um dos pontos mais centrais pelo qual se desenvolve é a Igreja da Nossa Senhora das Necessidades. É uma vila de pescadores que desenvolve essa tradição e destaca-se pelo cultivo de ostras (assim como acontece em todas as zonas piscatórias da região).

Florianópolis, a terra da carona_Num Postal
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Voltamos a apanhar um autocarro de volta a casa e íamos deslocar-nos outra vez a mais uma recepção dos estudantes portugueses. O nosso ponto de encontro voltou a ser o centro da Lagoa da Conceição e por ali ficamos a aproveitar a nossa última noite.

Dia 3, As festividades são a Sul:

Ribeirão da Ilha

Finalmente era dia de Páscoa e além de irmos conhecer mais um novo lugar em Florianópolis tinhamos também de celebrar esta data festiva. Fomos conhecer mais uma das aldeias açorianas. Desta vez seguimos até Ribeirão da Ilha, o segundo distrito mais antigo de Florianópolis a seguir a Santo António de Lisboa, na zona sul.

Passear nesta aldeia é como voltar atrás no tempo com a arquitectura colonial portuguesa a ser um dos pontos de destaque pelo qual vale a pena visitar este lugar. Uma das boas razões para ir a Ribeirão da Ilha é o marisco e diz-se mesmo que ali encontram-se as ostras mais saborosas do Brasil. Nós experimentamos no Ostradamus Bar e Restaurante e não ficamos desapontados (pelo contrário, até aconselho a passarem por lá).

Florianópolis, a terra da carona_Num Postal
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Depois de uma excelente refeição, visitamos um pouco da aldeia enquanto tentávamos encontrar “carona” para voltar ao Centro Histórico e aprontarmo-nos para voltar a casa. “Carona”, para quem não sabe, é o termo brasileiro usado para pedir boleia a alguém e Floripa (outro termo diferente mas para descrever a zona de Florianópolis) é um dos melhores lugares do mundo para se deslocar desta forma. Ninguém sabe porque é tão fácil andar à boleia mas Florianópolis é um lugar tão mágico e tranquilo que o pessoal acaba também por entrar numa onda de altruísmo constante. Ao fim de alguns metros andando, conseguimos a boleia de uma senhora que gentilmente nos levaram até ao centro da cidade de Florianópolis.

Florianópolis, a terra da carona_Num Postal
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O resumo de uma Páscoa diferente

Ao chegar ao centro, ainda visitamos o Mercado Público e a Catedral Metropolitana de Florianópolis. Estavamos na Páscoa, muita coisa estava fechada e por isso não tivemos grande hipótese…

Dito isto, Florianópolis foi uma agradável surpresa! Podiamos ter escolhido muitos mais lugares para visitar mas pelo menos deu para conhecer um pouco do Centro, do Norte e do Sul da ilha. Deu para perceber que, para além da praia, existe uma forte tradição de cada um dos lugares que vale a pena visitar. Cada vila tem um pouco de história para contar e uma praia para se estar.

Entre as praias mais conhecidas, podíamos ter escolhido outras como a Praia da Joaquina, a Praia do Campeche e a Praia Brava. Um dos lugares mais conhecidos é o bairro de Jurerê, no Norte da ilha, mas para lá só vai quem tem dinheiro porque se trata de uma área muito cara e que não é acessível a qualquer tipo de público. Em relação às vilas piscatórias, Sambaqui é um óptimo destino que tem uma praia incrível para passar o fim de tarde e uma vila bem pacata para descobrir (não estivemos lá mas passamos perto e deu para perceber o potencial do lugar). Na cidade de Florianópolis existe o Morro da Cruz que é um miradouro que permite ter uma vista completa da cidade e o Mirante da Ponte Hercílio Cruz é um tesouro patrimonial que não escapa aos olhares dos turistas mais atentos.

Assim sendo, 5 dias é o tempo mínimo para se estar em Florianópolis e de preferência com um carro para não andar numa correria e poder aproveitar bem todos os lugares. De qualquer forma, os nossos 3 dias foram incríveis e certamente Florianópolis ficou marcado como um daqueles lugares que gostaríamos de voltar com mais tempo.

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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.

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