HIGHLANDS,
NATUREZA EM ESTADO PURO
As vacas peludas com franja e chifres, os Lagos que são Loch’s e as montanhas que choram sem parar
PUBLICADO A 16 DE ABRIL DE 2020 | VIAGEM DE 26 A 27 DE MAIO DE 2019
Ao sair de Perth, estava tudo encaminhado para chegarmos às terras altas da Escócia, mais conhecidas como as Highlands (tradução para o inglês de “terras altas”). O verde dos campos, os lagos entre montanhas, a névoa que se ia instalando ou as montanhas com os topos de neve iam marcando a paisagem de um lugar que se destaca pela grandiosa natureza que domina toda esta região.
Como o nome indica, para haver as Highlands tem de existir as Lowlands (terras baixas) e é assim que se divide a Escócia. De um lado, a Sul nas terras baixas, ficam concentradas as grandes cidades como Edimburgo, Glasgow ou Dundee, os povos são mais desenvolvidos e com muitos mais recursos. Por outro lado, a Norte, já falamos de uma área mais montanhosa que vive muito das paisagens naturais e de pequenas aldeias. Uma região mais rural com apenas uma cidade de destaque que é a capital do Norte: Inverness.
Os castelos e as vacas escocesas são algumas das outras atracções que levam qualquer viajante a visitar um lugar que não pode ser comparado a outro no mundo.
Além do inglês, as Highlands são conhecidas pelo uso do gaélico escocês. Esta é uma língua celta derivada do escocês e embora não seja (ainda) uma língua oficial, é utilizada entre as pessoas e vê-se a sua tradução, por exemplo, nas placas de trânsito para manter viva a tradição de um dialecto que chegou a este país no século V.
Entretanto, para quem quiser visitar o Norte da Escócia aconselho a fazerem como nós: aluguem um carro para ter maior liberdade e assim definirem o vosso próprio roteiro.
Dia 1, A névoa das terras altas:
Pitlochry
A caminho das Highlands, decidimos parar a meio para visitar a pequena vila de Pitlochry. Uma povoação muito castiça, que vive essencialmente das pessoas que por lá passam em direcção às terras altas e encontra-se preparada para isso com uma abundância de estabelecimento comerciais que se encontram na rua principal que dá acesso a esta vila. No entanto, o nosso passeio à vila limitou-se à rua principal, a Atholl Road, e o rio e a barragem que íamos usando como referência do que nos esperava mais adiante.
Voltamos à estrada e à medida que subíamos para Norte, havia muitos motivos que nos faziam parar para tirar uma fotografia. Cada paisagem era diferente do que estávamos habituados a ver e isso era o suficiente para ficar registado. Para nos ajudar, a próprias estradas estavam pensadas para terem pontos de paragem para os carros. Não sei se era mesmo para os turistas se deslumbrarem com as vistas mas connosco funcionou.
Pelo caminho ainda deu para passar por uma destilaria de whisky para a primeira prova do dia, isto antes de passarmos ao lado de Inverness, a capital das Highlands.
Loch Ness
A sul de Inverness, continuavamos a nossa viagem até Fort Augustus sempre ao lado do lago Ness ou como a maioria conhece: o Loch Ness. Com quase 37 km de comprimento, este lago é mais conhecido pelo suposto aparecimento de uma criatura descrita como uma espécie de dragão marinho que até hoje se apelida de Monstro de Loch Ness. É um dos maiores lagos do Reino Unido e a sua origem advém de falhas geológicas neste território. De uma forma geral, não é por acaso que os lagos estão modelados como se fossem linhas entre as montanhas.
Ao longo da estrada, também é possível ir vendo as primeiras cascatas que vêm das montanhas por causa dos grande níveis de precipitação/evaporação que se fazem sentir naqueles lugares. É uma paisagem bastante recorrente à medida que nos aproximamos do Norte.
Castelo de Urquhart
Uma das principais atracções do lago é o Castelo de Urquhart. Este edifício que já foi o maior castelo da Escócia, está aberto a visitas mas para mim os melhores pontos de observação são mesmo na estrada, permitindo obter uma panorâmica do Loch Ness.
Com o passar do dia, parecia que íamos entrando em territórios sombrios dignos de um filme. A névoa ia assentando e o tempo ia ficando pior mas nada que não fosse normal nesta região.
Eilean Donan Castle
O objectivo deste percurso era chegarmos até Eilean Donan Castle, umas das relíquias desta região. Este castelo situa-se à entrada da Ilha de Skye e embora soubéssemos que íamos chegar lá e estar fechado, tinhamos de lá ir marcar o ponto. Estava uma tempestade horrível, o vento era imenso ao ponto de não nos conseguirmos ouvir uns aos outros mas isso não nos demoveu. É claro que a visita foi rápida mas deu para disfrutar uns minutos da incrível paisagem.
De seguida voltamos a pegar o caminho de volta até ao nosso alojamento para essa noite. Esta talvez tenha sido a parte menos boa da viagem: fizemos um longo caminho até ao castelo e depois voltamos tudo para trás. As distâncias ainda são grandes e por isso o que aconselho é visitar o castelo e ir, por exemplo, à Ilha de Skye para rentabilizar o tempo. Ao fim do dia estávamos muito cansados porque estivemos sempre num carro em viagem para nos certificarmos que fazíamos tudo o que tinhamos idealizado. Não foi mau mas a maior parte das pessoas que visitam o castelo acabam por ficar ali à volta.
No entanto, pelo caminho tivemos uma boa surpresa com a presença de uma manada de vacas escocesas, com bastante pelo, franja e chifres. Foram as primeiras vacas que conseguimos ver assim de tão perto e por isso sentimo-nos obrigados a parar e a registar o momento.
Forth William
Neste dia ficamos num parque de campismo perto de Forth William onde passamos parte da noite para recarregar baterias. Apesar de ter uma escala semelhante a de uma pequena vila, esta é a segunda maior cidade das Highlands e é um lugar muito pacato e tranquilo que serviu para jantarmos e estarmos um pouco mais descansados depois de uma dia bastante agitado em que andamos quase 500 km de carro. Depois de uma pequena volta pelas ruas da cidade, voltamos ao nosso campo e tivemos o merecido descanso.
Dia 2, À procura do comboio:
Acordamos no Bunroy Park onde acampamos numa Tipi Tent (para facilitar a tradução, são aquele género de tendas dos índios, muito espaçosas e que dá para estar em pé lá dentro). O tempo mesmo com um ar envergonhado prometia ser um dia bom. Depois de arrumarmos tudo e tomarmos mais um pequeno-almoço escocês em Forth William, faziamo-nos novamente à estrada para mais um destino.
Fomos a caminho de Glenfinnan, lugar que irá ficar para sempre eternizado nos filmes do Harry Potter mas já lá vamos… Mal pusemos o pé fora do carro, deparamo-nos com os primeiros veados que vimos na Escócia. Era uma raridade visto que por norma eles tem medo das pessoas e a maior parte das vezes só “saem” à noite.
Loch Shiel
Iamos a caminho do Loch Shiel, um lago que nem é assim muito grande mas gera panorâmicas incríveis. Junto ao lago encontramos o Monumento de Glenfinnan com a estrutura de uma torre de planta circular que pode ter essa denominação por ali perto não ter mais nada à volta. Este lugar tão simples estava prestes a tornar-se um dos meus favoritos neste país!
Viaducto de Glenfinnan
Do lado oposto, estava a grande atracção que também ficou muito conhecida pelos filmes do Harry Potter: o Viaducto de Glenfinnan. Foi aqui que passava o comboio que tinha Hogwarts como destino. Apesar da espera, não o conseguimos ver (mas ele existe!)… Para obter as vistas de um ponto de vista superior, existe uma trilha que continua para lá do ponto de onde paramos para tirar fotografias mas que continua até ir dar à estrada, sempre junto à linha do comboio.
Mesmo com uma passagem curta pelas Highlands, esta foi uma experiência muito boa que nos deu vontade de repetir! Como sabíamos que havia muita coisa para ver e sentir nesta região, optamos por ser mais selectivos e ir mesmo aos lugares que nos pudessem interessar. É que nem uma semana dava para descobrir as maravilhas das terras altas!
Eu então que estou mais habituado a visitar meios mais urbanos, fiquei com vontade de visitar algo semelhante num futuro próximo. Quem sabe se não irei voltar mais cedo do que penso!
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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.
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