ILHABELA, UM PEQUENO PARAÍSO NA TERRA

O lugar ideal para relaxar, um Brasil diferente do que já tinha visto e o contra-ataque dos borrachudos

PUBLICADO A 3 DE JANEIRO DE 2020 | VIAGEM DE 25 E 26 DE MARÇO DE 2017

Desde que cheguei ao Brasil tudo tem acontecido com muita intensidade. Há muita coisa nova para descobrir e pode não haver assim tanto tempo para o fazer. No entanto, queríamos ter um fim-de-semana relaxado e aí surgiu Ilhabela (que ao mesmo tempo era mais um destino para partir à descoberta).

Ilhabela é um dos lugares mais paradisíacos do Brasil e fica a cerca de 4 horas de São Paulo, no litoral norte do Estado. Como o nome indica, estamos a falar de uma ilha que possui condições muito particulares: existe apenas uma estrada com várias ramificações, os transportes públicos são escassos, não existe Uber e, por mais incrível que pareça, é um lugar bastante seguro.

Apanhamos um autocarro desde São Paulo que ficou bastante barato (bilhete de ida e volta a 65,15 reais, equivalente a 15€) e sem sabermos grande coisa do local decidimos ir à procura de sermos surpreendidos.

Dia 1, Até onde o calçadão nos levar:

Para que o fim-de-semana fosse produtivo, saímos de São Paulo ainda de madrugada. Depois de chegarmos a um dos vários portos fluviais de São Sebastião, apanhamos uma balsa que fazia a ligação com a ilha, sendo esta a única opção para nos deslocarmos até lá. A balsa é gratuita havendo apenas uma taxa para os carros que pretendem atravessar.

Ao desembarcar em Ilhabela, o único autocarro para o nosso hostel demorava 1 hora a chegar. Tinhamos duas alternativas: ir a pé até ao hostel e demorávamos pouco mais do que o tempo que tinhamos de esperar ou pedíamos boleia a alguém que estivesse a sair da balsa. Optamos pela segunda opção e acabamos por ser bem sucedidos.

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal
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Igreja da Nossa Senhora d’Ajuda

Ficamos no Granola Hostel que não sendo muito grande tinha óptimas condições e uma vista incrível à nossa volta. Um dos melhores lugares onde ficamos no Brasil (e com um dos melhores pequenos-almoços).

Logo que que estivéssemos preparados, começamos o nosso roteiro pelo centro histórico. Inicialmente deparamo-nos com algumas feiras de artigos artesanais que acontecem todos os fins-de-semana. No centro histórico destaca-se a Igreja da Nossa Senhora d’Ajuda, uma das imagens de marca deste lugar que se situa na Praça Coronel Júlio de Moura Negrão. À volta desta praça situam-se as principais infra-estruturas da cidade que se tornam responsáveis por dar vida a esta ilha, principalmente à noite.

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal
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O Calçadão e o Mar

Continuando a nossa caminhada junto à agua, íamos ficando cada vez mais impressionados com a morfologia do lugar que inesperadamente nos revelava arquitectura era tão parecida com Portugal que quase nos sentíamos em casa. 

Ainda assim, o mais importante desta região acaba por ser mesmo a relação que existe com o mar. A proximidade do calçadão com o mar era tão próxima que bastava dar uma passo em falso para darmos um mergulho. Havia praias com relva, aqueles baloiços feitas com corda velha e uma tábua de madeira como se veem nos filmes.

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal
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Praia do Pereque

Fomos caminhando até chegarmos à Praia do Pereque onde nos encontramos com uns amigos. Estavamos na zona central da ilha e numa das praias mais frequentadas por ali haver uma grande facilidade de acesso às casas de férias, bares, restaurantes, hóteis e outros complexos turísticos. É uma das praias mais extensas da ilha onde é comum a práctica de desportos náuticos como kitesurf, windsurf ou stand up padle.

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Cachoeira dos Três Tombos

A próxima paragem era a Cachoeira dos Três Tombos. Devido à escassez de transportes públicos, tentamos pedir boleia na rua e assim encontramos um jipe de caixa aberta que gentilmente nos fez o favor de nos levar para a zona sul da ilha. Estes jipes tornam-se um dos transportes mais importantes da ilha, tendo em conta que muitos dos pontos turísticos em Ilhabela só conseguem ser acedidos por caminhos naturais e pisos bastante irregulares onde por vezes a florestação é demasiado densa.

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal
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Chegando à cachoeira, é fácil entender o nome que tem. A cachoeira desenvolve-se em três plataformas diferentes, tendo cada uma o seu encanto e diferentes pontos de vista para a ilha.

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal
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Com o anoitecer e a abandonar o local, tivemos o primeiro impacto com os nossos amigos borrachudos. São uns mosquitos que habitam na ilha e que se aproveitam do facto de Ilhabela ser dos lugares mais puros e com as águas mais limpas do Brasil para se reproduzirem. Para o combate às picadas não se deve usar um repelente normal mas felizmente era das poucas coisas para o qual íamos bem preparados.

Praia da Feiticeira

Ainda que o dia estivesse quase a chegar ao fim, tivemos oportunidade de assistir a um pôr-do-sol incrível quando estávamos a caminho da Praia da Feiticeira. Esta praia é das mais refundidas e uma das mais tranquilas para quem está à procura de sossego. Ao entrarmos no areal surgiu-nos a primeira imagem de um casamento com uma grande festa que ali estava a acontecer num casarão do estilo colonial. O ambiente estava bem propício e assim ficamos a aproveitar os últimos raios de sol até anoitecer totalmente.

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal
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À noite juntamo-nos com um outro grupo de amigos INOV que também estavam na ilha, de tal forma que fomos jantar e passar algum tempo a desfrutar a noite de Ilhabela nos bares do centro histórico. Como não há muita coisa para fazer na ilha para além da praia e está sempre muito calor, esta parte da cidade torna-se o ponto de encontro entre quem lá mora e para quem está de visita.

Dia 2, De Oeste a Leste:

Últimos momentos em Ilhabela e esperava-nos um dia em cheio! Iamos até a uma das principais atracções que ficava do outro lado da ilha e para a qual só conseguíamos alcançar de jipe (por termos apanhado uma boleia no dia anterior ficamos amigos de um guia que nos conseguiu fazer um preço simpático para nos levar pelo meio da floresta a descobrir um pouco mais deste paraíso na terra).

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal
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Parque Estadual de Ilhabela

Atravessámos a cidade até entrarmos na área restrita ao Parque Estadual de Ilhabela que abrange toda a área natural da ilha. Aqui podemos fazer actividades como birdwatching, dada abundância de ecossistemas que permitem apresentar um vasto leque de espécies diferente de aves, mas o que mais chama a atenção dos turistas são as cachoeiras. Uma das primeiras paragens foi a Cachoeira da Água Brava que serviu, basicamente, para mandar aquele mergulho da praxe e fazer um check.

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal
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Por mais que quiséssemos aproveitar aquela cachoeira, seguimos pelos caminhos sinuosos e acidentados do parque. Num dos pontos mais altos da ilha conseguíamos avistar o nosso destino, a Praia dos Castelhanos. Paramos no mirante que encontramos a meio-caminho e apreciamos toda aquela vista à nossa volta.

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal
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Praia dos Castelhanos

Finalmente chegamos perto da praia onde os carros tem de ficar num estacionamento para que o restante percurso seja feito a pé. De repente surge um extenso areal e um mar que emanava uma paz e tranquilidade a que já não estávamos habituados. Ficamos aqui o resto da tarde e ainda deu tempo de subir a um mirante para observar as águas claras que formam um coração.

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal
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O tempo que tinhamos era escasso e ao fim da tarde voltamos ao hostel para depois apanharmos a balsa e regressarmos a São Paulo. Acabamos o dia em beleza e enquanto seguimos na estrada, tivemos a sorte de apanhar mais um sensacional pôr-do-sol que tornou a despedida mais especial. Já sabiamos que dois dias ia sempre ser pouco tempo em Ilhabela mas o objectivo desta viagem não era consumir tudo na totalidade mas sim irmos aproveitando as oportunidades que nos fossem surgindo.

Ilhabela, um pequeno paraíso na Terra_Num Postal

São muitas as actividades que ficaram por realizar… A ilha é muito conhecida pela Cachoeira do Gato ou Cachoeira Paquetá que são uma perdição para os amantes de cachoeiras e ainda existe a Trilha da Água Branca, um percurso de 2km onde podemos refrescar-nos em algumas piscinas naturais. A Praia do Jabaquara, a Praia do Curral e a Praia do Bonete são outros grandes marcos em Ilhabela que chamam visitantes à ilha. O que também não falta são os vários passeios de lancha que nos permitem descobrir praias que são apenas acessíveis por mar.

Então, quanto tempo ficar?

Portanto, 3 a 5 dias talvez seja o período ideal e para quem tiver carro acaba por ser muito mais fácil mover-se na ilha. No entanto, se forem sair da ilha de carro aconselho a marcaram a lancha (como só existe uma estrada o trânsito fica caótico e a espera para atravessar até à outra margem pode chegar a 4 ou 5 horas, sem exagero).

Quanto a nós, até parece que não visitamos quase nada tendo em conta a oferta que tinhamos à nossa disposição. Por outro lado, deixamos uma boa margem de manobra para quando voltarmos haver sempre opções em aberto.

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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.

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