KAUNAS,
A ACTIVISTA CULTURAL

Um roteiro sempre a direito em linha recta, as obras de preparação para a Capital Europeia da Cultura e a fortificação medieval mais antiga do país

PUBLICADO A 14 DE MAIO DE 2020 | VIAGEM A 6 DE SETEMBRO DE 2019

A ideia que tinha de Kaunas é que era a segunda maior cidade do país, já foi a capital, tem um castelo de que toda gente fala e ali reside o melhor clube de futebol da Lituânia (embora o desporto-rei seja o basquetebol). Está localizada no cruzamento do rio Nemunas com o rio Neris e depois da Segunda Guerra Mundial tornou-se a principal cidade industrial lituana.

É um lugar muito diferente da capital Vilnius onde persistem algumas das tradições mais antigas do país que se confundem com uma modernidade que transmite o progresso que a cidade pretende tomar no caminho a um futuro promissor. É uma cidade com um personalidade muito própria, muito activa e focada para os eventos culturais que são o principal factor de desenvolvimento de Kaunas. Não é por acaso que Kaunas foi nomeada para Capital Europeia da Cultura no ano de 2022.

Por isso é que a viagem demorou um pouco mais do que estávamos à espera… Com o aproximar dos eventos da Capital Europeia da Cultura, a cidade estava a ser totalmente renovada, inclusive a sua rede de transportes. Apanhamos um comboio desde Vilnius que supostamente demorava cerca de 1 hora mas tivemos de parar em Palemonas e ainda apanhar um autocarro até à estação de comboios de Kaunas. No entanto, o comboio ainda se torna a melhor opção para nos deslocarmos entre cidades na Lituânia.

Um dos únicos defeitos da cidade é que tanto a estação de comboios como o terminal rodoviário não ficam no centro histórico. Mas nem foi mau de todo porque obrigou-nos a fazer um roteiro em linha recta em vez de andarmos às voltas na cidade.

Vytauto prospekte

(Avenida Vytauto)

Embora o sistema de transportes seja muito bom, preferimos seguir a pé pela Avenida Vytauto depois de chegarmos à estação de comboios. Esta rua com pouco mais de 1 quilómetro é um reflexo do que íamos encontrar na cidade com edifícios altos e baixos, uma arquitectura de épocas diferentes, muita cor e um lugar relativamente calmo que tem sempre espaço para nos presentear com um jardim.

Kaunas, a activista cultural_Num Postal
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Igreja de São Miguel Arcanjo

Ao virarmos para a Avenida da Liberdade vemos ao longe a Igreja de São Miguel Arcanjo implantanda mesmo no centro de uma praça. Apesar de possuir características ortodoxas, a igreja foi convertida ao catolicismo depois da Primeira Guerra Mundial mesmo que pelo meio tenha sido utilizada como uma galeria de arte no período de ocupação da União Soviética.

Nesta praça a igreja não é a única opção de visita. Por baixo do edifício está instalado o Museu de Kaunas para cegos, há um grande contraste para a moderna Galeria de Arte Mykolas Žilinskas, para além dos restaurantes dos quais usufruímos de uma boa refeição enquanto admirávamos a igreja.

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Laisvès alèja

(Avenida da Liberdade)

Também os lituanos têm uma Avenida da Liberdade mas a deles é bem mais bonita que a dos portugueses! Trata-se da maior rua pedonal do Leste Europeu que começa ainda antes de chegarmos à Igreja de São Miguel Arcanjo e estende-se por 1,6 quilómetros com muita oferta de restaurantes, bares e lojas de roupa. Aqui começamos a ver os primeiros troços de obras como tantos outros que fomos encontrando ao longo da cidade.

Kaunas, a activista cultural_Num Postal
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Vilniaus gatvè

(Rua Vilnius)

Assim que chegamos ao fim da Avenida da Liberdade, seguimos no cruzamento para a Rua Vilnius, a rua mais antiga da cidade. Este troço faz parte da antiga estrada medieval para Vilnius e muitos dos seus edifícios revelam essas tradições através do uso de tijolo nas fachadas que subsistem até aos dias de hoje.

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A rua é interrompida por uma estrada e daí resulta uma passagem subterrânea que permite a sua continuação para a outra margem. Aqui está instalado um antigo Palácio Presidencial que serviu de sede oficial do país durante o período entre a primeira e a segunda grande guerra. Actualmente é um museu que se dedica a várias exposições dedicadas aos ex-chefes de estado Aleksandras Stulginskis e Kazys Grinius.

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Logo depois de passarmos para o outro lado da estrada e à medida que nos aproximávamos do centro histórico, a rua ia ficando mais apertada, as cores sobressaiam-se mais e as multidões apareciam juntamente com os restaurantes que iam tomando conta dos passeios.

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Catedral Basílica de São Pedro e São Paulo

No fim da Rua Vilnius encontra-se um dos principais espaços católicos da cidade, a Catedral Basílica de Kaunas dedicada a São Pedro e São Paulo. É a maior igreja gótica da Lituânia e durante a sua existência foi sofrendo algumas intervenções continuam até aos dias de hoje…

Kaunas, a activista cultural_Num Postal
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Câmara Municipal de Kaunas e Igreja de São Francisco Xavier

Na praça da Câmara Municipal temos o edifício que se confunde com um monumento de cariz religioso. Conhecido como o cisne branco de Kaunas pela sua cor branca e a torre de 53 metros de altura, este edificio é utilizado para eventos oficiais do estado e ainda abriga um museu de cerâmica. A Igreja de São Francisco Xavier foi construída pelos jesuítas quando abrirarm a usa primeira residência na cidade em 1642.

Estes dois edifícios são os destaques daquela que é a praça principal e a mais antiga da cidade velha de Kaunas onde também se realizam os maiores e mais importantes eventos culturais da cidade.

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Perkūno namas e Igreja de Vytautas

A casa de Perkūnas localiza-se numa rua transversal à Praça da Câmara Municipal e é um dos edifícios mais categóricos da cidade. Actualmente pertence ao jesuítas como um prolongamento da sua igreja e é responsável pela organização de programas educacionais nas suas sala. Do mesmo modo, junto ao rio Neman, encontramos a Igreja de Vytautas. De origem católica, este é mais um dos grandes exemplos da arquitectura gótica na Lituânia com a reprodução de tijolo a ocupar toda a fachada, uma característica muito própria deste estilo.

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Castelo de Kaunas

Ainda nos faltava pelo menos mais uma paragem a fim de conhecermos o símbolo máximo desta cidade: o Castelo de Kaunas. Como muitos castelos deste país e do Leste Europeu, é revestido em tijolo. É algo muito comum neste tipo de países que não possuem recursos de rochas para as suas fortificações e então têm de arranjar outras alternativas.

Esta fortificação medieval está muito degradada e a torre que se destaca nesta construção é só uma pequena parte do que já foi o castelo. Actualmente a torre funciona como um museu com exposições interactivas que contam a história do castelo mais antigo da Lituânia ao longo do tempo.

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Igreja de São Jorge, o Mártir

Do castelo de Kaunas conseguimos avistar mais uma outra igreja que decidimos visitar. A igreja de São Jorge, o Mártir, é um dos principais exemplos da arquitectura gótica na Lituânia. Assim como outros edifícios religiosos, já teve outras funções entre as quais um depósito de medicamentos durante o período de ocupação da União Soviética.

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IX Forte

Como estávamos um pouco limitados de tempo, não sabíamos se fazíamos mais uma paragem… O último autocarro saía de Kaunas antes das 19h até Palemonas e o último ponto de paragem ficava deslocado do centro da cidade. Mesmo assim decidimos arriscar!

Apanhamos um autocarro que nos deixasse no bairro de Šilainiai e ainda tivemos de andar um pouco a pé até ao IX Forte. Este espaço faz parte da Fortaleza de Kaunas, construída no final do século XIX, que foi usada como prisão enquanto os prisioneiros esperavam transporte para os campos de trabalho forçados. Actualmente é um museu que mostra essas prisões e artefactos históricos relacionados com as práticas soviéticas.

No entanto, o que nos levava lá era a oportunidade de observar o memorial erigido em 1984 para homenagear as vítimas dos ataques nazis. É um monumento com 32 metros de altura que pode ser visitado sem termos de pagar para entrar no museu.

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Palemonas

Ao sairmos da região de Šilainiai, apanhamos um autocarro para o terminal de comboios e depois entramos no último transporte até à estação de Palemonas. Este caminhos-de-ferro têm um cariz bastante industrial (tal como tantas outras estações que fomos vendo ao longo do caminho) e fomos recebidos com um final de tarde incrível que dava outra beleza aquele lugar.

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A pior parte deste passeio foi mesmo a limitação de tempo na cidade. É certo que Kaunas é um lugar muito pequenino mas o problema de circulação de transportes permitiu que apenas tivéssemos umas horas pela cidade.

De qualquer forma, um dia será sempre suficiente para visitar Kaunas, embora tenham ficado de parte alguns espaços culturais como o Museu do Diabo, que possui uma colecção de mais de 2000 diabinhos de diversas partes do mundo, ou o Museu de Guerra criado para conhecer a história militar do país. A Igreja da Ressureição de Cristo parecia também ser uma boa alternativa pela sua grande monumentalidade mas tanto este edifício como os dois outros museus ficavam um pouco deslocados do percurso que íamos fazer e como não houve espaço e tempo para encaixar tudo, tivemos de deixar algumas opções de lado.

Foi mais um dia que acabou bem mas era altura de voltar para Vilnius e quem sabe se o ano de 2022 não será um bom pretexto para lá voltar.

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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.

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