LITORAL PAULISTA,
UMA ROAD TRIP PELA COSTA
O festival da cachaça em Paraty, o pequeno farol de Ubatuba e um mirante que exibe as extensas praias de Santos
PUBLICADO A 30 DE JANEIRO DE 2020 | VIAGEM DE 18 A 20 DE AGOSTO DE 2017
Ainda que estivéssemos quase a terminar os nossos estágios, eram muitas as actividades que ainda queríamos realizar. Não havendo tempo para tudo, eu e mais três amigos optamos por embarcar numa road trip pelo litoral Paulista. Alugamos um carro em São Paulo para nos fazermos à estrada, passando por vários locais a descobrir lugares remotos que nos permitissem conhecer melhor o estado onde estivemos a viver durante seis meses.
O estado de São Paulo é um dos maiores do Brasil e como só tinhamos três dias para esta viagem, fizemos apenas metade da costa onde fomos directamente aos pontos que mais nos interessavam.
Dia 1, Regresso a casa?:
Para que este dias fossem produtivos, saímos de São Paulo numa sexta-feira de manhã cedo. O dia não parecia estar convidativo a banhos e isso não era bom porque fomos nesta viagem com o intuito de conhecer as praias do litoral Paulista. Fomos sempre pelo interior, passando por Cunha, uma pequena cidade localizada no encontro das serras do Mar, da Bocaina e da Mantiqueira, muito perto dos limites do estado do Rio de Janeiro.
Paraty
Em Cunha passamos parte da manhã e almoço e só à tarde seguimos para Paraty (no estado do Rio de Janeiro). É um lugar junto ao mar que foi projectado tendo em conta o fluxo das marés. Uma vez que a maré sobe, entra pelas ruas do seu centro histórico, alagando-o de uma forma que é natural para os habitantes locais. Aqui encontram-se os caminhos do ouro que fazem a ligação a Minas Gerais, lugar onde os portugueses extraíram das minas as riquezas que puderam (os brasileiros gostam muito de usar o termo “roubar”) quando regressaram ao seu país.
Ficamos num alojamento com um quarto para nós os quatro na estrada principal que dá acesso para a cidade. Assim que voltamos à rua, lá fomos pela calçada irregular do centro histórico que exige um esforço constante para nos equilibrarmos. O pior era que estava a chover e o risco de escorregarmos era grande.
Por ser uma cidade colonial, as suas ruas estão decoradas com casas brancas e rebordos nas suas janelas e portas em tons verde, azul, amarelo e vermelho, tal como se tivéssemos em Portugal. Foi dos lugares onde me senti mais perto do meu país e a sensação era muito boa!
Paraty é uma cidade que vale pelo seu todo, com praia incríveis e um centro histórico que está muito ligado ao turismo. Muitas das casas do centro são lojas com artigos artesanais e outros alusivos a esta cidade que fazem parte do verdadeiro sustento da economia local. Felizmente, Paraty tem uma visibilidade que vai ajudando este lugar a tornar-se num dos mais visitados do Brasil. Nesse sentido, o seu impacto é tão grande que a cidade foi considerada, juntamente com Ilha Grande, como Património da Humanidade pela UNESCO.
Igrejas de Paraty
No entanto, esta cidade ainda tem alguns pontos que se destacam dos restantes edifícios: a Igreja de Nossa Senhora das Dores, a Norte da cidade, e a sul a Igreja de Santa Rita onde actualmente funciona um Museu de Arte Sacra. Ambas situam-se junto à costa e são dois dos melhores cartões de postal da cidade.
Festival da Cachaça
Paraty é também conhecida por algumas festas que ali decorrem todos anos, como a Festa Literária Internacional de Paraty, que pretende promover um encontro anual apoiado pelas artes. Foi por uns dias que não apanhamos este festival mas por outro lado fomos recebidos pelo Festival da Cachaça. Esta festa decorre todos os anos, desde 1983, com o objectivo de promover esta bebida tradicional e a gastronomia local, além de ser mais um motivo para atrair visitantes até à cidade.
Depois de jantarmos uma bela caldeirada de frutos do mar (um especialidade da cidade), passamos para a outra margem do rio onde havia uma tenda montada com um palco e várias bancas onde se podiam provar vários tipos de cachaça. Em cada banca compramos um copo que se pendura ao pescoço para degustarmos tanta cachaça quanto conseguirmos! Já que a festa se passava ali, decidimos ficar até ao fim da noite.
Dia 2, À procura do bom tempo:
Ficamos apenas da parte da manhã em Paraty. Encontramo-nos com uns amigos de São Paulo que também tinham ido ao Festival da Cachaça e fizemos um passeio de barco pela baía. Mesmo que tempo não fosse o melhor, deu para tomar banho e disfrutar da paisagem com as montanhas como plano de fundo.
Apesar de Paraty ser uma cidade pequena, é um lugar que precisa de mais tempo para ser visitado. Aqui há muitas praias e cachoeiras para ver nas redondezas e o seu centro histórico é sempre um espaço agradável para passear. Por isso mesmo, haverá sempre um programa diferente para fazer!
Ubatuba
Em seguida, voltamos à estrada, sempre junto à costa, com Ubatuba no nosso horizonte. Ubatuba é a primeira cidade na costa no estado de São Paulo (se viermos do Rio de Janeiro) e é conhecida pelas praias em toda a sua extensão. No entanto, como o tempo estava ameaçador, procuramos primeiro fazer algum reconhecimento do centro da cidade antes de tentarmos ir a banhos.
Ao aproximarmo-nos das praias temos dois dos principais marcos da cidade. Primeiro o Marco da Paz, um sino que se localiza ao lado da Estátua São José Anchieta que pretende lembrar aos homens a necessidade de manutenção da paz e de um mundo melhor. Na ponta da praia temos o Farol da Barra que está no fim do pontão e é o lugar ideal para passar os fins de tarde.
Maranduba
Aproveitamos para ir dar mais umas voltas pela cidade mas a nossa viagem já estava estragada porque não havia maneira do tempo melhorar. Seguimos até Maranduba, uma vila a seguir a Ubatuba onde passamos a noite com esperança de termos melhorias de tempo para o dia seguinte.
Dia 3, O extenso areal de praias:
Caraguatatuba
Acordamos com um sol agradável mas ainda muito tímido. Neste dia continuamos o percurso pela costa até Caraguatatuba, uma das maiores cidades do litoral Paulista. A costa está repleta de praias e por isso íamos aproveitando o bom tempo para esticar as pernas e aproveitar o pouco sol que ia aparecendo.
São Sebastião
A próxima paragem era São Sebastião, onde já tinhamos estado uns meses antes quando fomos para Ilhabela. Esta cidade é a mais antiga do litoral Paulista e pode-se dividir em duas partes: a mais antiga que inclui o centro histórico tendo como referência a Igreja Matriz e algumas casas da época colonial. Por outro lado temos uma parte mais moderna que se encontra junto ao mar onde os moradores se juntam nos bares e restaurantes.
Se havia coisa que fomos aprendendo nesta estadia no Brasil é que tudo neste país é possível. Depois de em São Paulo termos visto uma pessoa a passear um lama na rua, a próxima parte do percurso iria trazer-nos alguns episódios peculiares como pessoas a transportar carroças com carros em cima ou uma manada de vacas no meio de uma estrada nacional. Por favor, não tentem fazer isto que vem a seguir…
Bertioga
Ainda antes de almoço, chegamos a Bertioga onde paramos para comer e visitar o Forte de São João. O forte foi a primeira fortificação do Brasil e embora tenha sido esquecido, continua a funcionar como um espaço cultural.
Santos
Por fim, já com a noite a cair, paramos em Santos na última paragem da viagem antes de regressarmos a São Paulo. É a maior cidade do litoral Paulista com muita oferta para os seus visitantes e dá quase uma ideia de ser um “mini Rio de Janeiro” pela forma como os edifícios altos estão encostados à grande extensão de praias. Como já chegamos tarde só tivemos tempo de ir ao Monumento Niemeyer, um espaço onde é possível ter uma visão superior da cidade e uma real noção da extensão de praias que dominam a paisagem.
Noutras circunstâncias e com um pouco mais de tempo, esta viagem tinha tudo para ser um sucesso. O objectivo não foi totalmente cumprido mas deu para compreender que São Paulo é uma cidade bastante privilegiada em relação outros lugares do estado. Ainda existe muito precariedade em zonas do litoral mas aqui tudo está bem se houver sol, praia e caipirinhas.
Foi uma viagem com sabor a despedida deste país visto que só nos restava mais uma semana de trabalho. Mesmo assim, as oportunidades que nos surgiram nestes dias foram aproveitadas ao máximo!
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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.
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