LONDRES, UM COSMOPOLITISMO CRESCENTE
Recordes de grandeza e antiguidades, igrejas e museus para todas as idades e um dos lugares mais caóticos do mundo
PUBLICADO A 27 DE ABRIL DE 2020 | VIAGEM DE 8 A 10 DE JUNHO DE 2019
Londres nem é das minhas cidades favoritas mas curiosamente é dos lugares na Europa onde estive mais vezes. Era a terceira vez que visitava esta grande metrópole, muito por culpa de dois amigos que fui visitar. Das outras vezes, era uma criança e pouco me lembro do que fiz e por onde andei. Assim esta visita acabou por ser tão igual como das primeiras vezes…
Sobre esta cidade em si, toda a gente sabe que é umas das maiores capitais do mundo. É fácil falar de pelo menos dez lugares da cidade para as pessoas se situarem onde estão. Por também ser um destino de eleição em busca de uma melhor qualidade de vida, arrisco-me a dizer que é dos lugares com mais emigrantes e com uma variedade gritante de culturas. É por isso uma cidade que associa a suas grandes tradições a uma globalização crescente que vem dar uma nova visão a uma das culturas mais antigas do mundo, sem nunca pôr em causa a sua identidade.
A nossa estadia ia ser apenas de três dias e como à partida sabíamos que não íamos ter tempo suficiente para vermos tudo o que queríamos, nem fizemos grandes planos. Como encaramos esta visita com tanta tranquilidade, acredito que conseguimos a aproveitar melhor cada momento.
A viagem começou com um voo nocturno desde Lisboa até ao aeroporto de Luton que durou cerca de 2h30. Aqui fomos recebidos pelos nossos amigos que nos levaram até Stevenage, uma vila pequena que se encontra nos arredores de Londres mas que tem transportes privilegiados até ao centro da capital inglesa. No dia seguinte tinhamos um programa cheio e por isso não nos metemos em grandes aventuras para estarmos frescos para o que vinha.
Dia 1, O aniversário da rainha:
King’s Cross e Plataforma 9 e ¾
Mesmo com poucas horas de sono, arriscamos fazer um Free Walking Tour em Londres e assim apanhamos o comboio até à estação de King’s Cross. A estação sofreu uma renovação que lhe dá um ar mais contemporâneo mas é ainda mais conhecida pela Plataforma 9 e ¾ que aparece nos livros de Harry Potter. Uma pessoa fica muito entusiasmada quando tem a oportunidade de reviver a sua infância mas quando chega ao local perde a vontade de segurar o carrinho preso na parede da estação. Há uma estratégia de marketing enorme à volta da plataforma que cria filas gigantes para poder tirar uma fotografia e fugir em direcção ao terminal de Hogwarts.
Convent Garden
De saída da estação, aventuramo-nos pelos metros de Londres (que às vezes é mesmo uma grande aventura) a caminho de Convent Garden, onde começou o nosso tour pela cidade. Aquele lugar específico desenvolve-se em torno de um mercado e vive muito da animação de rua que dá outra vida a este bairro.
Este dia em Londres era igualmente marcado por dois eventos importantes, sendo um deles o aniversário oficial da Rainha. As ruas pararam nesta manhã para felicitar sua majestade e a certa altura vimos os jactos que orgulhosamente ejectavam fumo com as cores oficiais da bandeira britânica.
St. Paul’s Church
Esta igreja seria a primeira paragem do nosso passeio. Conhecida como a “igreja dos actores” pela longa relação com a comunidade teatral, a sua entrada principal é feita no interior de um quarteirão ocupado com um jardim que homenageia esta sociedade de artistas com a inscrição dos seus nomes nos bancos de madeira.
Trafalgar Square
O outro grande evento da cidade era o fim do Ramadão e então era mais um motivo de festa na cidade. Estavamos a chegar à Trafalgar Square e o recinto estava lotado de bancas com comida e um palco com concertos que faziam parar quem passava ali.
Esta praça é uma das principais da cidade e celebra a Batalha de Trafalgar, em 1805, contra a armada de Napoleão. É um espaço amplo aberto a receber este tipo de festividades e por outro lado destaca-se pela National Gallery que dá outra monumentalidade a este lugar. A galeria é um museu de arte com mais de 2.000 obras que datam do século XIII até ao início do século XX. Além disso é um dos museus mais importantes da cidade e um dos mais visitados no mundo.
Admiralty Arch
Ao passar pelo Admiralty Arch chegávamos à extensa rua que nos leva ao Palácio de Buckingham e que se destaca pela sua vasta vegetação e inúmeras bandeiras do Reino Unido em todo o seu comprimento. A rua estava fechada ao trânsito devido à cerimónia matinal para festejar o aniversário da Rainha que se estendeu ao longo desta avenida e então os acessos até esta parte da cidade eram bastante restritos.
St. James Palace
Antes de chegarmos ao palácio, ainda fizemos um desvio até St. James Palace. É um dos mais antigos palácios de Inglaterra, ainda é formalmente utilizado para a recepção de chefes de Estado estrangeiros e faz parte de um complexo de edifícios que abrange os gabinetes da Corte e apartamentos dos oficiais.
Palácio de Buckingham e St. James Park
Em seguida avançamos de imediato para o Palácio de Buckingham. Esta é a residência oficial da Rainha e o seu principal local de trabalho, sendo mesmo eleito como o principal foco das visitas oficiais de Estado neste país. Apesar de tudo, a família real possui outros palácios espalhados pelo país e por isso esta não é a residência permanente de sua majestade.
Neste dia, devido às festividades do aniversário oficial da Rainha, os acessos estavam muito limitados e então não foi fácil uma maior aproximação ao palácio. Assim sendo, não ficamos muito tempo por ali e avançamos pelo St. James Park, o mais antigo dos parques reais de Londres.
Palácio de Westminster
Estavamos perto de acabar o nosso tour e isso ia levar-nos até ao Parliament Square Garden. É um largo onde acontece muita coisa e com um vasto leque de opções… A que mais me chamou a atenção foram as estátuas de personalidades da política do Reino Unido e outras a nível mundial com destaque para Nelson Mandela, Ghandi ou Abraham Lincoln.
Nesta praça também se situa o Palácio de Westminster, conhecido pela sua ilustre torre com o relógio do Big Ben. Localizado nas margens do rio Tamisa, este é a casa do Parlamento Inglês, um dos maiores do mundo que o tornam um dos principais cartões de postal da cidade. Infelizmente quando chegamos ao Parlamento encontramos o edifício neste estado mas era algo que à partida já esperávamos que fosse acontecer… As obras de manutenção do edifício começaram em 2017 e terminam apenas neste ano (em 2020).
No meio disto tudo, ainda deu tempo para observar uma corrida de nudistas que invadiram as estradas de Londres em cima das suas bicicletas.
Abadia de Westminster
Existem outros lugares relacionados com esta praça como o Supremo Tribunal do Reino Unido ou a Igreja de Santa Margarida mas nenhum destes tem tanta expressão como a Abadia de Westminster. Esta é o espaço religioso mais importante do país onde decorrem as cerimónias reais desde as coroações, casamentos reais e funerais.
Rio Tamisa
Por esta altura o nosso tour já tinha acabado. Queriamos parar para almoçar mas enquanto isso não acontecia íamos dando uma volta pelas margens do rio Tamisa. É impossível não destacar na paisagem o London Eye, a famosa roda gigante que ganha ainda mais destaque com as obras da torre do parlamento. É uma das maiores rodas do mundo que foi construída em 2000 para celebrar o novo milénio e rapidamente se tornou um dos ícones da cidade.
Millenium Bridge
O nosso passeio pelas margens do rio só iria terminar quando chegássemos ao Tate Modern, o museu de arte moderna mais visitado do mundo. Nós não arriscamos a visita e por isso passamos ali somente para atravessar a Millenium Bridge, a ponte pedonal inaugurada em 2000 que liga a zona de Bankside com a cidade de Londres.
St. Paul’s Cathedral
A chegada à outra margem confrontado-nos com a St. Paul’s Cathedral, a segunda maior catedral do mundo atrás da Basílica de São Pedro em Roma. É uma igreja anglicana e a sede dos Bispos de Londres, outro dos lugares utilizados para cerimónias reais como aconteceu com o casamento do Príncipe Charles com a Princesa Diana.
Marble Arch
A próxima paragem seria quase do outro lado da cidade e assim apanhamos o metro até Marble Arch onde se destaca um monumento em mármore de três arcos com o mesmo nome. Este monumento foi erigido em frente ao Palácio de Buckingham mas foi logo removido até ao local actual. Dizem que as passagens do monumento não comportavam as carruagens da corte. Naquela época apenas o membros da família real podiam passar por baixo dos arcos e hoje em dia qualquer um pode fazer o mesmo percurso.
Hyde Park
Os arcos de mármores apareceram por acaso porque o nosso destino era mesmo Hyde Park. Com mais de 140 hectares de extensão, é de longe o maior parque da cidade e é tão amplo que só se vê mesmo num lugar à escala de Londres. É um espaço de maior relaxamento da cidade e para quem não quiser descansar pode alugar um barco no lago Serpentine, andar de bicicleta ou patins e ainda brincar com os esquilos do parque.
Piccadily Circus
Para que a experiência londrina ficasse mais completa, apanhamos um daqueles autocarros vermelhos que nos levou até Oxford Street. De seguida apanhamos a Regent Street que termina com a Piccadilly Circus. Esta é uma das praças mais conhecidas de Londres e um dos principais pontos de concentração de turistas e londrinos dada à sua localização central. É um lugar que se destaca bastante pelos seus painéis luminosos que transformam aquele espaço (principalmente de noite) e pela fonte ao qual se concentram as pessoas que ali decidem permanecer. É um lugar de lazer e diversão como uma grande quantidade de lojas para todos os gostos.
Lego Store
Ali perto, situa-se a Loja da Lego que se não for a maior do mundo é claramente daquelas com maior expressão. São várias as esculturas feitas com peças de lego como um metro gigante, uma cabine telefónica, o mapa do metro de Londres ou um dragão gigante pendurado no tecto.
M&M’s World
Do outro lado da rua está o M&M’s World, o espaço dos M&M’s de Londres que é considerada a maior loja de doces do mundo. E não é para menos… O espaço tem quatro andares com todo o tipo de artigos associados à marca. Ao longo dos pisos, animação não falta assim como cheiro a chocolate que se verifica logo antes de entrar na loja.
Chinatown
Perto de todos este lugares tinhamos a Chinatown de Londres. Este bairro é ocupado na sua maioria por lojas e restaurantes chineses (e também tailandeses e japoneses) e dessa forma acabamos por jantar ali depois de uma pequena volta pela cultura asiática. O melhor dos restaurantes desta área é que não pedem taxa de serviço ao contrário do que acontece em toda a cidade.
A noite caía e ainda tinhamos de voltar a King’s Cross para apanhar o comboio de novo até Stevenage. Ainda deu tempo para ir a um pub perto da estação de comboios mas não durou muito tempo… Ao chegar à estação reparamos que alguém tinha conseguido atravessar a plataforma 9 e ¾.
Dia 2, Fugir da confusão:
Londres é uma cidade incrível com uma oferta muito grande mas fomos desafiados a sair um pouco da rotina de turista e dedicamos este dia a visitar Cambridge. Esta é uma cidade universitária que vive desde sempre da vida académica resultando disso o ambiente incrível deste lugar. A distância não é muito grande a partir de Stevenage ou mesmo do centro de Londres. Demoramos menos de 1 hora de comboio e no fim do dia não nos arrependemos desta pequena escapadela.
Dia 3, Do mercado ao museu:
Último dia em terras britânicas. Estava um tempo horrível, com muita chuva (nada de novo neste país) e portanto tivemos de adaptar bem o nosso roteiro. Deixamos Stevenage com muita saudade pela forma como fomos recebidos mas como era segunda-feira os nosso amigos trabalhavam e já não nos poderam acompanhar.
Voltamos a King’s Cross para deixarmos a nossa bagagem numa loja de indianos e nos sentirmos mais confortáveis ao longo do dia. Existem muitas lojas que fazem isso. Funciona tudo através de uma aplicação que trata de tudo.
Camden Town
De King’s Cross apanhamos o metro para Camden Town. Este espaço do bairro de Camden, apresenta estabelecimentos comerciais com decorações muito alternativas em relação ao que é mais convencional. O facto de ser diferente, com muitas cores e uma grande multiculturalidade, torna o lugar ideal para fazer compras e para comer. Uma manhã deu para ver tudo o que nos interessava e almoçar ali foi uma grande escolha.
British Museum
A chuva ia aumentando de intensidade e por isso este era o dia ideal para visitar museus. Foi com esta ideia que chegamos ao British Museum, um dos museus mais antigos do mundo com uma das mais interessantes colecções de antiguidades que se em revela histórias da Grécia Antiga, Egipto, Roma ou Médio Oriente.
Em 2000 foi inaugurado o Great Court, o espaço central de entrada no museu que se tornou uma das maiores praças cobertas da Europa é actualmente o cartão de visita do museu. Como a maioria dos museus do Reino Unido são gratuitos, muitos são os visitantes que visitam o espaço só para verem de perto este átrio contemporâneo que contrasta em tudo o que está exposto no museu. Além disso, tentamos ver tudo o que podemos e ainda perdemos algum tempo para tentar chegar a todas as exposições
E assim passou quase um dia inteiro e mais uma grande viagem! Só nos restava ir apanhar a nossa bagagem a King’s Crosse apanharmos um metro até ao aeroporto de Heathrow para voltarmos a casa.
Como disse no início, três dias (e nem foram todos passados na grande cidade) não chega para tudo. Londres é uma das maiores capitais do mundo, umas das mais caóticas e ao mesmo tempo uma cidade com uma oferta cultural gigante. Dessa forma, existe uma grande variedade de cidades ao redor de Londres que, tal como Cambridge, merecem a sua visita e desse modo o modelo que utilizamos foi perfeito para fugirmos à confusão da capital.
Sabendo que o tempo é algo fundamental para apreciar este lugar, mal vejo a hora de poder voltar e há tanta facilidade em viajar nos dias de hoje (e Londres está aqui tão perto) que haverá sempre um roteiro diferente para fazer.
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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.
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