MOURA,
A FORTE HERANÇA ÁRABE
A mouraria mais antiga da Península Ibérica, a lenda da moura Salúquia e uma igreja que resistiu à passagem do tempo
PUBLICADO A 13 DE JULHO DE 2020 | VIAGEM A 12 DE JUNHO DE 2020
Durante a minha visita à albufeira de Alqueva, fiquei instalado em Moura durante uma noite. Eu conheço o Alentejo muito bem mas não me recordo se alguma vez tinha passado por aqui. Desse modo, aproveitei para conhecer esta bonita cidade que, para se situarem, é a que está mais perto da barragem de Alqueva.
Moura é uma cidade com muita história onde em tempos habitaram os mouros e o seu nome deve-se à lenda da moura Salúquia. Após a entrada dos cristãos nas muralhas do castelo, a princesa rendeu-se e mandou-se da torre onde estava… Comovidos pela história, a cidade ficou conhecida como Terra da Moura Salúquia mas o tempo encarregou-se de lhe dar o nome actual. Como curiosidade, o símbolo da cidade tem representado uma torre com uma figura feminina deitada no chão alusiva a este lenda.
Mouraria
São muitos os indícios muçulmanos em Moura e é no bairro da Mouraria que os encontramos em maior evidência. Com origens que remontam ao século XIII, dizem que foi aqui que os mouros se refugiaram quando foram expulsos do castelo pelos cristãos. Assim sendo, este espaço é o mais antigo da Pensínsula Ibérica construído pelos mouros e ainda está muito actual nos dias de hoje.
Após uma renovação em 2013 das ruas que começaram a ficar degradadas, a Mouraria ficou ainda mais vistosa e é na Primeira e Segunda Rua da Mouraria que podemos apreciar as casas caiadas de branco com características árabes.
Entre as suas ruas estreitas também se pode visitar o Museu Árabe no mesmo local onde se encontra o Poço Árabe. Esta relíquia do século XIV representa a presença muçulmana em Moura e os vestígios árabes que estão igualmente representados em peças de cerâmica.
Castelo de Moura
Como quase todas as povoações onde já tinha passado no Alentejo, os castelos são parte inerente dos centros históricos e em Moura isso não foi excepção… É das construções medievais que sofreu mais alterações tanto a nível construtivo como de posse por causa dos constantes ataques espanhóis. A certa altura chegou mesmo a ter uma segunda muralha dado o aumento de população dentro do castelo.
Actualmente, tanto o castelo como o edificio do Convento das Dominicanas encontram-se em ruínas e completamente degradados. A única ressalva são os espaço paisagísticos que sofreram alterações em 2002 de modo a tornar todo o percurso até ao castelo mais apelativo e no qual se incluiu também a torre de relógio que é o farol da cidade devido ao seu tom amarelado!
Do castelo temos as melhores vistas de Moura e não só… Além da destacada mancha laranja dos telhados das casas envolvidas na planície alentejana, a certa altura é possível observar a barragem de Alqueva ao fundo, sendo o único ponto de onde é visível assim de tão longe.
Moura não é uma cidade só de castelos e histórias sobre mouros… É conhecida pela abundância de água como as suas fontes e jardins, sendo igualmente conhecida pela famosa Água Castello e as suas termas. Nesse sentido, fui até ao encontro do Jardim Doutor Santiago que junta tudo que há de mais representativo nesta cidade.
Vigiado pelo castelo, o jardim possui espaços verdes muito relaxantes e uma varanda com uma vista brutal para a paisagem! À entrada deste recinto estão as Termas com águas minero-medicinais que são usadas de forma frequente para tratamentos de reumatismos. Antes de passar o portão de entrada, chama também a atenção o Chafariz das Três Bicas em mármore como um embasamento da varanda do antigo palácio.
Ainda me falta destacar o principal templo religioso desta cidade: a Igreja de São João Baptista. É um dos edifícios da cidade mais genuínos por se ter mantido fiel às suas origens que remontam ao século XVI. Foi construída porque a igreja do castelo não tinha espaço suficiente para suportar tantas pessoas mas a verdade é que aqui também não conseguimos encontrar muito espaço… De qualquer forma, é impossível ficar indiferente a este espaço que tem conseguido sobreviver à passagem do tempo.
Até pensava que Moura seria mais uma típica vila alentejana com um castelo mas a sua história revelou-a de uma forma que não esperava! O passeio que fiz foi muito rápido (a cidade não é muito grande) e no fim posso dizer que foi uma boa descoberta. Desta feita, é incrível como um país tão pequeno como Portugal tem tanta diversidade e é capaz de surpreender constantemente!
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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.
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Excelente, ajudou-me bastante no planeamento da minha roadtrip, obrigada!
Fico muito contente! Moura é um excelente destino como ponto de partida para aquela região ✌🏻