POZNAN,
O DESTINO DOS ESTUDANTES
O lugar ideal para se fazer uma escala, o tradicional duelo de bodes do meio-dia e um parque do tamanho do centro histórico
PUBLICADO A 25 DE MAIO DE 2020 | VIAGEM DE 14 DE SETEMBRO DE 2019
Poznan foi a minha última paragem de uma viagem que começou em Helsínquia e tornou-se um lugar quase obrigatório de passagem. Era das poucas cidades que me permitia voltar para Portugal a preços mais acessíveis sem ter que voltar a algum sítio onde já tinha estado… Assim sendo, esta cidade tornou-se o lugar ideal para fazer uma escala na Polónia antes de regressar a casa.
Apesar de ser pequena, é uma cidade que vive muito do espírito académico e de noite fica com muita agitação e festas a acontecer. Por outro lado, é um dos lugares mais apetecíveis dos empresários que procuram este destino como fim comercial, tornando Poznan uma das cidades mais importantes da Polónia.
O meu primeiro impacto com a cidade foi já com noite cerrada, à hora de ponta depois de estar 4 horas num comboio desde Gdansk. Quando cheguei ao hostel ainda conheci mais três alemãs, um inglês e um neo-zelandês que estava a viajar sozinho pelo mundo. Como estava no centro ainda deu para conhecer um pouco da cidade à noite mas o meu verdadeiro roteiro só ia começar no dia seguinte.
Stary Rynek
(Praça do Mercado Velho)
Nada melhor que começar o dia na Praça do Mercado. Esta é a principal referência de Poznan e depois disto quase metade do roteiro fica concluído… Por ser um lugar muito pequeno, é aconselhável fazer o Free Walking Tour mas infelizmente isso não aconteceu porque os grupos responsáveis estavam de férias.
Desse modo, fiz o meu próprio roteiro pela cidade e para já ficava muito satisfeito com o que via. As casas estreitas e com uma variedade imensa de cores dão uma identidade única a um lugar como não existe neste país. Estas casas mercantes como são conhecidas, juntamente com outros museus e os artistas de rua, dão outra dinâmica aquela praça que tornam este o espaço favorito dos turistas que visitam a cidade.
Museu de História de Poznan
Este é o edifício com maior destaque na Praça do Mercado. A antiga Câmara Municipal dá hoje lugar ao Museu de História de Poznan mas essa nem é a principal razão que atrai tantos visitantes. A questão é que ao meio-dia acontece algo especial na torre do relógio. Dois bodes mecânicos saem de uma janela e depois viram-se um para o outro a simular 12 cabeçadas entre eles.
Reza a lenda que este evento surgiu quando um cozinheiro foi contratado para fazer um grande banquete naquele edifício só que a preparação dos pratos não correu bem e por isso teve de improvisar com outro menu. Não sabendo como, o cozinheiro arranjou dois bodes vivos que acabaram por fugir para uma das torres e começaram a lutar entre eles. Essa situação foi motivo de piada para os convidados e desde então o Presidente da Câmara decidiu tornar este evento como algo que se iria repetir diariamente até aos dias de hoje.
Num ápice, a praça fica completamente cheia de gente e quando dei por mim estava toda uma multidão à minha volta que quase nem dava para me movimentar do lugar de onde estava.
Basílica de São Estanislau
Não havendo muito mais por onde ir, restava-me ver umas igrejas e palácios. Ali perto da Praça do Mercado, surge numa das ruas transversais a Basílica de São Estanislau, uma igreja barroca que em 2010 foi elevada a um estatuto de basílica concedido pelo Papa Bento XVI.
Castelo Real
Este castelo localiza-se num dos ponto mais altos da cidade. Com uma vista para a torre do museu de história, foi parcialmente reconstruído depois dos estragos da Segunda Guerra Mundial. Actualmente é ocupado por um museu que tem o objectivo de preservar a história da cidade.
Praça Wolnoski
A caminho do outro castelo da cidade, atravessei esta praça marcada por uma fonte com uma estrutura escoa água de uma forma pouco convencional. Para além das tradições que se preservam na cidade, esta estrutura é também a prova que este é um lugar que está balançado para o futuro, num espaço que é muito frequentado para realização de eventos ao ar livre.
Castelo Imperial
O segundo castelo mais parece um palácio que foi construído pelos alemães ainda antes da Primeira Guerra Mundial e permaneceu na sua posse até ao fim da Segunda Guerra Mundial. Desde 1962, opera como um centro cultural que abriga amostras de teatros, concertos, produções cinematográficas, entre outros.
Grande Teatro
Junto ao Castelo Imperial está instalado o Parque Mickiewicza marcado pelas duas cruzes que representam os protestos de 1956 dos trabalhadores contra o governo comunista em troca de melhores condições de vida. É um parque muito tranquilo que fica de frente para o grande teatro da cidade que mais parece um templo grego.
Catedral de Poznan
Entretanto, fui até ao outro lado da cidade e aí experimentei as trotinetes que os polacos tanto gostam para não demorar tanto tempo. Cheguei a esta igreja que se localizana ilha de Ostrów Tumski e é uma das mais antigas do país. Tem no interior espaços incríveis que passam pelo convencional tijolo a paredes banhadas em ouro e, como em muitas outras igrejas no país, não é de estranhar se estiver mais uma estátua do Papa João Paulo II no caminho que nos leva a este espaço religioso.
Mural 3D
Logo depois, no distrito de Sródka, está um mural 3D nas paredes dos edifícios daquele quarteirão que conta uma história de um trompetista no telhado. É um espaço muito bom que transmite um ilusão de óptica brutal e ainda aproveita algumas das janelas existentes para integrar esta obra.
Parque da Cidadela
Em seguida, voltei um pouco atrás onde a Norte do centro histórico está o parque que podia ser um museu a céu aberto. É uma vasta área verde que tem presente a memória de uma antiga fortaleza com a exposição de peças militares, cemitérios e restos do forte. É um lugar enorme, quase tão grande como o centro histórico e para explorar as várias obras de arte durante horas ou então para simplesmente nos estendermos na relva e fugirmos da azáfama (que nem é muita…) da cidade.
Depois de 17 dias em viagem, ficou um sentimento de missão cumprida. Consegui estar em (quase) todos os lugares que queria e saber que acabei a viagem “antes de tempo” deixou-me bastante realizado! Mesmo assim, ia sendo surpreendido constantemente pela cidade e reparava que eram muitos os exemplos espalhados pelo centro que faziam referência aos dois bodes que já eram um símbolo de Poznan.
A última saída antes de partir…
Da parte da noite, a cidade transforma-se e se o meio-dia é um dos períodos com mais movimentação na Stary Rynek, a noite é um dos motivos para voltar a encher aquele espaço por causa da Wrocławska. Esta é uma rua transversal à praça central com os principais bares da cidade. É igualmente o lugar de eleição para sair à noite, com uma oferta gritante que vai desde as casas de chá às discotecas mais alternativas.
Apesar de ter estado com um amigo que conheci em Gdansk e vive em Poznan, não me dei a grandes aventuras nocturnas porque no dia seguinte tinha um voo bem cedo para voltar para Lisboa. Até o aeroporto era perto da cidade antiga num percurso de 7 quilómetros quase em linha recta desde a praça central.
A visita a Poznan foi bastante agradável porque deu para estar relaxado enquanto andava pela cidade. Afinal, é um lugar com pouco oferta, onde não se passa nada (pelo menos a uma grande escala) mas continuo a dizer que se houver oportunidade é sempre uma opção viável para se fazer uma escala de umas horas.
Portanto, depois de tantos dias em 5 países, 9 cidades, 2095 quilómetros na estrada e de passeios que resultaram num total de quase 239 quilómetros a pé, estava na altura voltar a casa. Esta foi uma viagem incrível e não havia dia que não era surpreendido! Todas estas surpresas davam uma motivação extra para vencer o cansaço do dia-a-dia e no fim era assim que me sentia: com uma vontade enorme de explorar um mundo que começava a sentir demasiado grande para mim e já a pensar em planos para o novo ano que estava aí à porta.
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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.
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