RABAT, A REQUINTADA E DISCRETA CAPITAL DO IMPÉRIO
O dia em que quase fotografei um funeral no maior cemitério que já vi, o kasbah mais bem conservado deste país e uma mesquita que não se construiu devido ao terramoto de 1755 em Lisboa
PUBLICADO A 10 DE MAIO DE 2023 | VIAGEM A 6 DE MARÇO DE 2023
Aproveitei a minha estadia em Casablanca para me deslocar até à capital. Dada a proximidade das duas cidades (apenas uma hora de comboio) pensei que as diferenças não fossem muitas mas a verdade é que fui surpreendido. Rabat foi mesmo uma agradável surpresa!
Se tiver em comparação Casablanca, em Rabat temos uma medina maior, a cidade não é tão plana, temos alguns pontos mais altos para ver o mar e de uma forma geral pareceu ser um lugar mais organizado e mais limpo.
Rabat além de capital, é uma das quatro cidades imperiais e onde habita o rei. Talvez por isso haja uma maior estruturação das ruas, um trabalho reconhecido que garantiu o “prémio” dado pela UNESCO quando em 2012 declarou Rabat como património da humanidade.
Medina
Numa carruagem de segunda classe e muito bem apertadinho durante a viagem de comboio, cheguei a Rabat a meio da manhã. Ao sair da estação, deparo-me com a longa Avenida Mohammed V, um nome que começava a ser um hábito de ouvir em qualquer localidade marroquina, não fosse este sujeito ser um dos maiores responsáveis pela independência do país.
Esta avenida entra pela Medina dentro e assim que cheguei fui logo abordado por um “guia” ao qual bastou dizer que não tinha dinheiro para me deixar em paz… A parte positiva é que mesmo que não queiram nada contigo, dão boas indicações e, felizmente, nunca me senti enganado.
Segui o meu caminho e tentei fazer sempre desvios para andar no máximo de caminhos possíveis. O truque que usava era ir sempre atrás de alguém porque assim sabia que não ia dar a um beco sem saída. Gostei bastante desta medina pelas ruas muito largas e por não ter sido incomodado de nenhuma forma. A única coisa mais negativa foi os proprietários das bancas ficarem incomodados por estar a tirar fotografias. Além da confusão óbvia que se vai sempre encontrar, não me senti de nenhuma forma asfixiado como noutros lugares.
Kasbah de Udayas
Ao sair da Medina segui em direcção ao mar para ir até ao farol. O percurso até à zona costeira pode parecer muito monótono mas a certo ponto deixou-me de queixo caído. Virei-me de costas para o mar e deparei-me com um cemitério gigante, como nunca tinha visto! O Cemitério Al Shouhada ocupa o maior quarteirão da cidade e a diversidade enorme de lápides é impressionante! Estava tão estupefacto com o que tinha ali à minha frente, que por momentos, quase sem querer, fotografei um funeral.
Toda esta volta servia para deixar passar o tempo e fazer toda aquela zona costeira antes de chegar ao Kasbah de Udayas. Esta fortaleza foi construída pelos soldados árabes (os Udayas) e foi dos lugares mais bonitos que vi em Marrocos, quer pela sua localização, quer pela limpeza das ruas e dos seus edifícios. Aqui encontramos a mesquita mais antiga de Rabat e ao atravessar a fortaleza, chegamos a um miradouro onde podemos admirar as praias e a cidade de Salé do outro lado do rio onde se destaca igualmente um cemitério enorme.
Junto ao Kasbah, está o Jardim dos Andaluzes, onde aproveitei para observar a sua beleza ao mesmo tempo que fui recompensado pelas tangerinas daquelas árvores.
Torre de Hassan e Mausoléu Mohammed V
Voltei a desviar-me do meu percurso para entrar novamente na Medina ao entrar numa rua onde funciona o mercado mais antigo da cidade. Só mais tarde é que cheguei ao complexo onde se insere a Torre de Hassan e o Mausoléu Mohammed V.
A torre encontra-se de frente para um espaço com colunas de várias dimensões onde se ia implantar a maior mesquita do mundo. Os trabalhos não avançaram e a construção ficou inacabada devido ao impacto sentido aquando do terramoto que atingiu Lisboa em 1755, deixando o espaço despido como se encontra actualmente.
O mausoléu é um edifício encantador que serve de túmulo ao rei Mohammed V e os seus dois filhos. É possível visitar o interior mas não tive essa sorte porque o espaço estava encerrado.
A minha visita pela cidade estava a terminar e enquanto seguia para a estação de comboios, passei no Jardim Nouzhat Hassan e junto à Catedral de São Pedro que me chamaram à atenção. Idealmente, também tinha tempo para passar no complexo arqueológico de Chellah só que este encontrava-se fechado.
Foi uma visita curta e ainda assim acho que passei por quase tudo o que queria ver. No fim desta visita fiquei com muita pena de não ter ficado em Rabat pelo menos uma noite mas voltei a Casablanca com uma grande satisfação e feliz por ter tomado a decisão de ter dado um salto à capital do reino!
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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.
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