SÃO JORGE,
A TRANQUILIDADE DAS FAJÃS

O percurso sempre a descer para o paraíso em frente ao mar, um lugar perfeito para fazer um detox digital e um café ao gosto da família Nunes

PUBLICADO A 24 DE DEZEMBRO DE 2020 | VIAGEM DE 7 A 9 DE NOVEMBRO DE 2020

O que é uma fajã? É nada mais que uma pequena extensão de terra à beira-mar, formada por materiais libertos de arribas das quais resultam estes terrenos. Por outro lado, pode ser um termo utilizado para zonas que estejam junto a colinas com encostas íngremes e foi nesse sentido que se intitularam as várias fajãs de São Jorge. Isto é algo que também acontece em todo o arquipélago dos Açores mas aqui ganha um principal destaque dada a morfologia da ilha.

A ilha de São Jorge é formada por uma extensa cordilheira vulcânica com uma extensão de 54 km e é nos pontos mais baixos, junto ao mar, que se localizam a maior parte das suas povoações. É assim que se desenvolvem as fajãs, algumas com acesso muito particulares e outras quase incomunicáveis. Talvez por isso a ilha sempre esteve muito isolada, algo que só mudou durante o século XX quando foram criados o Porto de Velas, o Porto da Calheta e o Aeródromo de São Jorge.

E foi de avião que após uma viagem de 15 minutos desde a ilha Terceira, chegamos a São Jorge. Acho que foi a viagem de avião mais pequena que fiz… Logo depois seguimos a um dos pontos mais altos da Serra do Topo onde partimos à descoberta das fajãs.

São Jorge, a tranquilidade das fajãs_Num Postal
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Da Serra do Topo à Fajã da Caldeira de Santo Cristo

Entretanto, com alguns chuviscos a chegar e o nevoeiro a querer assentar, fomos recebidos na Serra do Topo onde iniciamos um trekking até à Fajã da Caldeira de Santo Cristo. Como o percurso era sempre a descer, as nuvens foram dando lugar a vistas surpreendentes onde já conseguíamos olhar o mar no horizonte. A certa altura estávamos totalmente isolados do mundo e foi uma óptima forma de sermos recebidos em São Jorge. Eramos apenas nós com a natureza, o sol a tentar aparecer e uma ou outra cascata que apanhamos pelo caminho.

São Jorge, a tranquilidade das fajãs_Num Postal
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Fajã da Caldeira de Santo Cristo

Ao fim de três horas de caminhada com algumas paragens, chegamos ao nosso destino final! Ficamos logo na primeira casa desta fajã que foi convertida numa guesthouse que por norma acolhe muitos visitantes, nomeadamente surfistas.

A Fajã da Caldeira de Santo Cristo é o ex-libris desta ilha. Com pouca acção do Homem, sem electricidade, pouca rede telefónica e acessos muito restritos (já que só se chega lá a pé ou de moto-quatro), desperta um interessa particular que a torna num dos lugares mais apetecíveis de São Jorge. É um lugar extremamente calmo, perfeito para se fazer um detox digital. Constituído por mais uma Igreja, poucas casas que pertencem a três/quatro famílias e uma lagoa incrível, é sem dúvida o lugar ideal para passar um verão relaxado.

São Jorge, a tranquilidade das fajãs_Num Postal
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Há muita gente no Verão que passa aqui semanas só a curtir, apanhar umas ondas, a comer e beber bem e entre outras actividades é possível pescar ou fazer canyoning. Visto que o tempo não estava favorável para nenhuma destas actividades (além de beber e comer, claro…), estivemos a descansar durante a manhã e à tarde fizemos uma caminhada até a um lugar secreto de onde se tem uma das melhores vistas para a Caldeira de Santo Cristo. Com o céu limpo conseguimos avistar a Graciosa e desde a Caldeira era bem perceptível a ilha Terceira.

Aqui ficamos dois dias e duas noites a relaxar e a aproveitar o melhor que a vida nos pode dar neste lugar. Ficamos mesmo estupefactos com tudo o que se passava à nossa volta!

São Jorge, a tranquilidade das fajãs_Num Postal
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Fajã dos Cubres

Ao terceiro dia em São Jorge acordamos com uma manhã incrível e passamos por mais duas fajãs. A primeira era inevitável… Ou fazíamos o mesmo caminho de volta ou apanhávamos o percurso até à Fajã dos Cubres, a segunda localidade mais conhecida da ilha. Escolhemos a segunda opção até esta povoação que é considerada uma das 7 maravilhas de Portugal na categoria de Aldeia de Mar.

Desde a Caldeira de Santo Cristo, passando pela Fajã do Belo, o percurso é muito recompensador até chegar a esta aldeia igualmente calma e tranquila. Se ao nível dos nossos olhos já parece ser um cantinho incrível, chegar a esta aldeia desde o cima da serra deve ser ainda mais bonita pela paisagem que conseguimos ter (fica para a próxima…).  Este lugar é mais desenvolvido que a Fajã de Santo Cristo, nem que seja por haver estradas de asfalto onde os carros conseguem chegar. A partir daqui apanhamos um táxi para nos levar até à próxima paragem.

São Jorge, a tranquilidade das fajãs_Num Postal
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Fajã dos Vimes

Por fim, chegamos à Fajã dos Vimes, um dos primeiras lugares de que ouvimos falar na chegada a São Jorge pelo incrível café que ali tem, já considerado como um dos melhores do mundo. Esta povoação no sul da ilha, vive maioritariamente da plantação do café, inhame e do fabrico artesanal de colchas. Dada a diferenciação climática nas fajãs do Sul, onde existe um microclima, esta prática tornou-se mais propícia nesta zona da ilha e o resultado está à vista.

Desse modo, é no Café Nunes que se pode beber o melhor café dos Açores e comer umas queijadas de café e inhame. Este café já recebeu inúmeros prémios e só ali naquela povoação é que o conseguimos encontrar. Apesar de todo o sucesso, este café não é importado mas podemos sempre levar uma lembrança dali. Depois de nos acomodarmos, a Dona Alzira e a Dona Carminda Nunes mostraram-nos as plantações de café, explicaram-nos o processo e ainda nos apresentaram o seu espaço onde produzem as suas colchas artesanais. Valeu mesmo a pena termos ido até este fajã!

São Jorge, a tranquilidade das fajãs_Num Postal
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Velas

Estava a terminar a nossa estadia em São Jorge… Seja como for, ainda passamos por Velas, uma das principais povoações desta ilha. Daqui saiu o nosso barco até à ilha do Pico. Até lá aproveitamos para admirar a cidade desde os miradouros envolventes e andar pelas ruas até encontrarmos um restaurante para almoçar.

São Jorge, a tranquilidade das fajãs_Num Postal
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Se pudesse voltar atrás, talvez não ficasse tanto tempo na Fajã da Caldeira de Santo Cristo. Gostei muito de lá estar, foi um dos pontos altos da viagem mas há muito mais para ver nesta ilha. Aqui, em São Jorge, conhecemos um dos lugares dos Açores onde há uma maior cumplicidade com a natureza devido às suas limitações geomorfológicas e porque as povoações destacam-se quase sempre como pequenos aglomerados que privilegiam esse contacto com o exterior.

Do meu ponto vista, achei que é um lugar onde a prática de trekking ganha uma outra dimensão em relação às outras ilhas. Existem muitos percursos nas montanhas e ainda mais miradouros que nos mostram as melhores vistas de São Jorge. Além disso, existe muita diversidade nas suas fajãs e nos faróis que se encontram nas extremidades da ilha… Enfim, que esteja próxima a data de regresso!

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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.

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