TÂNGER,
UMA TRAVESSIA DE CULTURAS

O encontro entre mar e oceano, uma medina caótica e os vendedores irrequietos e persistentes

PUBLICADO A 27 DE MARÇO DE 2020 | VIAGEM A 19 DE ABRIL DE 2019

Esta foi a primeira vez que decidi participar numa viagem organizada por uma agência. Queria aproveitar o feriado antes da Páscoa para descomprimir da semana de trabalho e depois de já namorar há algum tempo uma ida a Marrocos, decidi inscrever-me numa excursão e assim meti-me num autocarro que levou um grupo de Lisboa até Tânger (Marrocos) e Gibraltar (um dia para cada destino).

Tânger é uma cidade no Norte de Marrocos e uma das primeiras paragens a fazer na travessia para o continente africano. A sua proximidade com a Europa torna-a uma cidade que vive essencialmente para o turismo e com uma cultura com uns traços europeus que se mistura com a identidade marroquina muito própria, tornando-a um lugar moderno que se encontra em constante desenvolvimento.

Para chegar a Marrocos, após uma viagem de oito horas de Lisboa até Tarifa (Espanha), apanhamos um barco até ao porto de Tânger. Foi uma viagem muito desgastante em virtude do controlo que foi feito para chegarmos à cidade. O controlo fronteiriço é muito rígido e entre passar o porto de Tarifa e chegar à cidade de Tânger fomos mandados parar umas quatro vezes.

Tânger, uma travessia de culturas_Num Postal
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Avenida Pasteur

Finalmente em Tânger, seguimos num autocarro com um guia local que nos levou a dar uma volta pela cidade. Neste percurso podemos apreciar algumas das vistas panorâmicas pela áreas mais modernas e cosmopolitas da cidade, os canhões da Avenida Pasteur ou os bairros diplomáticos e diversas embaixadas que fomos encontrando pelo caminho.

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Cabo Espartel

Em primeiro lugar paramos no Cabo Espartel. Estavamos numa das extremidades da região onde é possível ver o encontro entre o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. A água mais clara diz respeito ao Mar Mediterrâneo que apresenta uma tonalidade diferente do Oceano por também ser mais salgado e por os mares serem menos fundos, não possuindo uma cor tão escura.

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Praia Achakar

Continuando pela costa, paramos na Praia Achakar para andarmos de camelo. São 2€ para dar uma volta muito pequena e por isso não o fiz porque nem faço muita questão de o fazer… Aqui, também já nos deparávamos com os primeiros vendedores de túnicas, carteiras a afins que nos iam permitindo melhorar na arte de regatear.

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Grutas de Hércules

No fim deste percurso pela costa Poente, terminamos nas Grutas de Hércules. As grutas naturais são o resultado da erosão do mar sobre as rochas, onde Hércules descansou logo após ter realizado os seus “12 trabalhos”  (uma série de momentos da vida do herói grego ligados a uma narrativa épica). É um lugar cheio de mitologia e significado que merece ser visitado.

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Grand Socco

De volta à medina de Tânger, começamos a ser imediatamente seguidos por vendedores logo que saímos do nosso autocarro. Basta os marroquinos verem um grupo diferente de pessoas que perseguem-nos para todo o lado, mas literalmente falando. Um dos vendedores passou mesmo a tarde toda connosco.

Iamos a caminho da Praça 9 de Abril de 1947, mais conhecida como Grand Socco. É um dos espaços mais centrais e frequentados da cidade com uma série de infra-estruturas onde se destacam a Mesquita Sidi Boubaid, o Cinema Rif ou os Jardins de La Mendoubia (que infelizmente não tivemos oportunidade de ver). O trânsito caótico, onde vale tudo, é algo também difícil de passar ao lado…

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Mercado Central

Em seguida, entramos pelo Mercado Central. Uma experiência sempre interessante, com muita cor, produtos naturais e artesanais que reflectem muito do que o próprio país e esta cultura têm para oferecer.

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Mamounia Palace

O almoço foi num lugar à saída do mercado no Restaurant Mamounia Palace. Foi uma refeição tipicamente marroquina com música tradicional ao vivo e ao mesmo tempo tivemos um bónus com dança do ventre à mistura.

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As Ruas Estreitas da Medina

À saída do restaurante começava outra vez a loucura dos vendedores. Por uma questão de respeito pelos negócios locais, eles não podem entrar em estabelecimentos comerciais mas a partir do momento que saíamos à rua era tudo uma questão de tempo até termos alguém a chatear-nos para comprar alguma coisa. Muitos destes produtos são bolsas de couro, objectos em prata, roupa tradicional ou calçado.

Assim que voltávamos às ruas da medina, iamos ficando deslumbrados com as cores, as portas características deste povo e os túneis (e ainda tinhamos os senhores vendedores que continuavam a puxar por nós. Felizmente tinhamos um guia porque é muito fácil perdermos-nos nestes lugares.

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Galeria de Arte Tradicional

No meio de todo aquele labirinto, entramos numa Galeria de Arte Tradicional que tem tudo e ainda mais do que podemos imaginar. Um piso todo forrado com tapetes, outro com bolsas de couro e peças trabalhadas em madeira e outro com porcelanas, loiças, jarras, espelhos, portas antigas e outras coisas que eu próprio nem sabia bem para que serviam.

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Vendedores Persistentes

Para que fintássemos os vendedores, fomos por uma saída diferente do lugar de onde entramos mas continuávamos com os nossos amigos sempre à espera. Com eles seguimos até um tipo laboratório que nos falava melhor de alguns produtos naturais produzidos em Tânger, com várias demonstrações e compras de alguns produtos.

Em Tânger, principalmente, é muito fácil a comunicação com os europeus de tal forma que muitos locais sabem falar espanhol fluente e outros conseguem arranhar um pouco do português. Tal como nesta demonstração, foi muito fácil entender o que nos explicavam assim como também não é difícil pedir indicações na rua em português ou espanhol. Sempre que achamos necessário, conseguíamos ser correspondidos mesmo que as pessoas não se sintam à vontade para responder na nossa língua.

Por fim, chegamos a um local junto do Hotel Continental (um dos mais conhecidos na cidade) que nos permitia ter uma vista panorâmica da marina de Tânger. Foi uma despedida em grande de uma cidade que deixou o bichinho de querer conhecer melhor esta cultura.

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Mesquita do Porto de Tânger

Era hora de partir e até ao último ponto de acesso ao barco de volta a Tarifa ainda tinhamos os nossos amigos a insistirem connosco. Por isso mesmo tiro-lhes o chapéu… Até à útlima conseguiram “sacar” dinheiro dos europeus e ir para casa com mais algum no bolso. Não podíamos ir embora sem mais uma vez nos cruzarmos com a Mesquita do Porto de Tânger, um dos cartões de postal da cidade.

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É certo que Tânger é uma cidade para se ver num dia mas esta primeira passagem soube a pouco… Ficou a vontade de viver mais esta cidade e absorver melhor uma cultura que tem tanto para dar e aprofundar. É caso para dizer que pelo menos já tenho algum motivo para voltar!

Dessa forma, ficaram lugares por visitar como o Kasbah que se situa num dos pontos mais altos da cidade. Era um antigo palácio que hoje funciona como museu e é dos pontos onde se consegue ter um alcance quase completo da cidade e do Estreito de Gibraltar.

Nos últimos anos, Tânger desenvolveu-se exponencialmente ao nível do turismo, passando por uma transformação que lhe permitiu construir novos hóteis, um novo terminal de aeroporto e uma baía totalmente melhorada para facilitar o acesso dos seus visitantes ao país. No entanto, foi esta proximidade com a Europa que influenciou todo este crescimento e levou a um aumento da sua população, estabelecendo-se a um número constante a partir de 2007 que tornou esta cidade como o segundo centro industrial mais importante de Marrocos, atrás de Casablanca.

E pouco mais há para contar sobre a cidade… A melhor forma de descobrir este e outros lugares de Marrocos é perdermo-nos por completo e sermos surpreendidos pelos encantos que serão revelados a cada momento.

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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.

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