VATICANO,
A SEDE DA IGREJA CATÓLICA
A segunda maior igreja do mundo, um lugar que é sinónimo de filas e o dia em que estive a um metro do Papa
PUBLICADO A 23 DE NOVEMBRO DE 2021 | VIAGEM DE 5 A 6 DE OUTUBRO DE 2021
Há sempre aquela velha questão de “ah e tal, é a mesma coisa que ir a Roma e não ver o Papa…” A verdade é que Roma é só um meio para chegarmos ao líder máximo da Igreja Católica que se encontra na cidade do Vaticano. Este micro-estado é independente da capital italiana com regras próprias nas quais a cidade que a envolve não tem nenhum poder ou qualquer tipo de influência neste lugar que todos os anos recebe milhares de peregrinos e turistas curiosos.
O Vaticano é considerado um país (o mais pequeno do mundo) com uma população de 900 pessoas, sendo que 95% corresponde a membros da igreja e militares, a famosa guarda suíça com as suas vestimentas coloridas que tão bem a identifica. E podia continuar a mencionar mais factos mas isso não é o mais relevante…
Acho que o mais importante a salientar nestes dois dias que passei no Vaticano é o facto de haver filas em todo o lado. Para entrar em qualquer lugar, as filas demoram pelo menos 30 minutos a escoarem, algo que antes da pandemia era pior… Por isso, a ideia é começar sempre cedo qualquer visita ao museu ou à própria Basílica de São Pedro. Eu comecei mesmo muito cedo, ainda nem o sol tinha nascido…
Cúpula da Basílica de São Pedro
Eu não sou grande fã de pagar para fazer tours mas desta vez arrisquei e digo-vos que valeu bem a pena! O ponto de encontro foi num local junto à Praça de São Pedro e à nossa espera tinhamos a Ciara que tão bem nos recebeu. A visita demorou cerca de 5h30, mesmo assim, no final da visita, a nossa guia ainda se lembrava do nome de toda a gente e tinha uma energia de como se ainda estivesse a começar o tour. Foi mesmo muito bom e recomendo!
A visita incluiu a entrada no Museu do Vaticano, na Basílica de São Pedro e na subida à cúpula onde começamos o nosso dia. São cerca de 551 degraus até ao topo, sendo que é possível fugir aos primeiros 231 degraus com a ajuda de um elevador que transporta as pessoas até à cobertura da Basílica. A partir daqui até ao topo da Cúpula é que não há outra hipótese senão encarar os degraus em falta…
A certa altura, entramos no interior da cúpula onde já vamos tendo uma noção do interior da Basílica e como chegamos cedo, foi interessante poder apreciar a igreja totalmente vazia. Em seguida, ao aproximar-nos do topo, temos uma vista de 360º do Vaticano e de Roma, com principal destaque para a Praça de São Pedro e os Jardins do Vaticano. Os acessos pelas escadas podem ser traiçoeiros porque os espaços são apertados e as paredes acompanham a inclinação da cúpula. No entanto, vale tudo muito a pena!
Basílica de São Pedro
Estava na altura de descermos à segunda maior igreja do mundo! É verdade, durante muito tempo se pensou que a Basílica de São Pedro era a maior igreja do mundo mas esse título passou, em 1989, para a Basílica de Nossa Senhora da Paz de Yamoussoukro, na Costa do Marfim. De qualquer forma, a Basílica de São Pedro é impressionante e vai directamente para o meu top 3 de templos religiosos. Gostei tanto que voltei mais duas vezes no mesmo dia, isto porque não é necessário pagar entrada na Basílica (apenas se subirmos até à cúpula).
Esta igreja é tão grande que demorou 120 anos a ser construída. Tudo isto também aconteceu porque o projecto que começou no arquitecto Donato Bramante, foi passando de mão em mão até chegar a Michelangelo… Por outro lado, a igreja não é um simples edifício, é só uma das maiores obras de arte do Renascimento! Aqui podemos ver trabalhos de Michelangelo e de Bernini como a estátua de São Pedro onde é costume passar a mão nos seus pés (e por isso estão bem desgastados) ou a Pietà que representa Jesus morto nos braços da Virgem Maria. Porém, nenhuma obra impressiona tanto como o Baldaquino de São Pedro.
Esta estrutura em bronze com 30 metros de altura, simboliza o altar papal que se encontra sobre o túmulo de São Pedro. Esta obra faz parte do papado de Urbano VIII, ou simplesmente de Maffeo Barberini, um dos grandes impulsionadores de quase tudo o que se vê no Vaticano ou em Roma.
No interior da Basílica é ainda possível visitar o Museu de Tesouro (com entrada paga) e as Grutas do Vaticano onde estão enterrados alguns papas e outros membros da igreja. Nota ainda para a marcação de algumas das maiores igrejas do mundo no pavimento da nave principal da basílica; aqui podemos ver a relação da Basílica de São Pedro para outras igrejas espalhadas pelo mundo como a Sagrada Família em Barcelona, a Catedral de Brasília ou a Catedral de São Paulo em Londres.
Museu do Vaticano
Pausa para o lanche da manhã antes de chegarmos ao Museu do Vaticano. Este museu é um mundo! Estivemos apenas duas horas no interior mas ficamos com a sensação que podíamos ficar lá um dia inteiro que ainda tinhamos alguma coisa para ver. Dizem que se olharmos durante 10 segundos para cada uma das obras que lá estão, demoramos cerca de 5 anos para ver o museu todo…
O facto de termos ido com guia foi muito positivo para nos conseguirmos orientar. Os maiores destaques são o Museu Gregoriano Egípcio, o Museu Pio Clementino com diversas esculturas gregas e romanas ou os frescos dos Quartos de Rafael. Contudo, está tudo tão bem ornamentado que um simples corredor é passível de ser considerado um símbolo de exposição.
Aqui também percebi o porquê de haverem tantas abelhas espalhadas pela cidade de Roma… Por um lado pensei que estivesse relacionado com as abelhas operárias de Manchester mas a verdade é que as três abelhas fazem parte do símbolo papal de Urbano VIII, ou seja, Maffeo Barberini…. Este símbolo está exibido no Baldaquino de São Pedro, nas fontes da Piazza Navona, entre outros… não são só obras de Bernini, representam igualmente peças de arte que foram construídas na época em que o Papa Urbano VIII era sumo pontífice da sua época.
A visita ao museu fica completa com a entrada na Capela Sistina. Conhecida pelos frescos de Michelangelo, é aqui que decorrem os Conclaves aquando da eleição do novo papa… Para ser sincero, não fiquei muito impressionado. Além de estar cheio de pessoas, a sala estava a escura e por isso não deu para ver bem estes frescos. Dizem que é por uma questão de preservação do espaço que há tão pouca luz…
Praça de São Pedro
O dia já ia bem longo e depois de sair do museu para almoçar, voltei à Basílica de São Pedro. Aproveitei para queimar os últimos cartuchos e em seguida fiquei pela Praça de São Pedro por uns minutos, sentado, a admirar o que se passava ali à volta.
A praça da autoria de Bernini (mais uma grande obra), representa dois braços que pretendem a abraçar a comunidade cristã que se encontra na praça. No centro está um obelisco egípcio e duas fontes nas laterais.
A praça é o centro do Vaticano onde os fiéis assistem à missa de domingo com a presença do Papa e aqui tudo acontece… Cheguei a ver pessoas a rezar, sessões fotográficas, pessoas a dançar e até um pedido de casamento mesmo à minha frente. É um lugar mágico que merece toda a atenção necessária que pudermos despender!
Mais animação de rua…
Tudo isto que fiz até agora, dá para fazer em meio-dia mas se, por exemplo, quisermos estar percorrer todo o Museu do Vaticano, há espaço e tempo para o fazer. Como fiz tudo tão rápido, pensei que seria uma boa oportunidade de visitar o Castelo Sant’Angelo ou ver melhor o Edifício do Supremo Tribunal mas chamou-me à atenção dois guitarristas que estavam a tocar música de Led Zepellin e Pink Floyd.
Foi motivo suficiente para ficar ali durante duas horas em que aproveitei para os fotografar e ouvir as suas músicas. Gostei tanto que no final até fiz questão de fazer uma edição muito rápida no telemóvel e passar-lhes as imagens!
Udienza generale
No segundo dia no Vaticano, mais uma fila para uma audiência geral com o Papa: a Udienza Generale. Existem duas formas de ver o Papa: na missa de domingo ou então nesta audiência que decorre todas as quartas-feiras. Para assistir a esta audiência é necessária pedir um convite ao Vaticano que deve ser levantado no dia anterior no Portono di Bronzo. Eu pedi esse convite mas não tinham o meu nome registado, o que não foi um problema porque estava sozinho e então deram-me o convite sem qualquer problema. Mesmo assim, quando entrei na audiência, não me chegaram a pedir o convite por isso não sei até que ponto é que será mesmo necessário…
A audiência começa às 9h30 e cheguei a ver em sites que era necessário estar lá às 7h da manhã para arranjar um bom lugar. A verdade é que cheguei lá às 8h30 e ainda tive de ficar quase uma hora na fila. Este evento costuma decorrer na Praça de São Pedro mas eu não percebi se era por causa da pandemia ou da chuva que mudou a sua realização para a Sala Delle Udienze de Paolo VI.
Esta audiência não é uma missa mas sim um momento em que o Papa fala aos fiéis para dar a sua bênção que depois é traduzida para várias línguas. O momento alto foi no fim em que o Papa passa num corredor central e toda gente se apronta para chegar ao Papa ou simplesmente tirar uma fotografia. É uma sensação única ao ponto de pessoas desmaiarem (como aconteceu mesmo ali à minha frente).
Benção final
Não podia ir mais descansado para casa depois de receber esta benção final! Era hora de partir em direcção ao aeroporto de Ciampino de coração cheio, não só por esta visita ao Papa Francisco mas por tudo o que se passou nos últimos dias em Itália.
Ainda sobre o Vaticano, é necessário ter alguns cuidados nas entradas para os edifícios religiosos. Tudo o que esteja relacionado com a igreja acaba por ter um certo carácter conservador e ombros destapados, decotes ou pernas descobertas não são permitidos. Em alguns locais também é imperativo estarmos em silêncio por uma questão de respeito ao espaço. Depois, é sempre bom chegar cedo aos locais e/ou comprar os ingressos on-line para evitar filas.
Chegar ao Vaticano também não é difícil. Como a maioria dos alojamentos de Roma (os mais acessíveis) estão perto da estação de Roma Termini, basta apanhar o metro a partir daí até à estação Ottaviano e andar 5 minutos a pé até chegar à Praça de São Pedro.
Por fim, os meus principais objectivos eram visitar a basílica e ver o Papa. E consegui! No fim do dia, todas as noites mal dormidas para acordar cedo e as esperas longas nas filas compensaram e de que maneira!
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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.
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