VERONA,
A PEQUENA ROMA

As quatro igrejas históricas que prolongaram a minha estadia, uma visita ao castelo que se tornou numa caça ao pôr-do-sol e a cidade que imortalizou a história de Romeu e Julieta

PUBLICADO A 25 DE JANEIRO DE 2022| VIAGEM DE 30 DE NOVEMBRO A 1 DE DEZEMBRO DE 2021

A cidade do amor, local onde se passa o romance entre Romeu e Julieta, é muito mais que isso. Aliás, em Verona nem se fala muito nesta história ou pelo menos foi o que senti… Os edifícios da era medieval sobressaem em toda a cidade de uma forma soberba como que ofuscando tudo o que gira à volta desta obra de William Shakespeare e em época de Natal ganha outra dimensão com os mercados e as luzes.

A chegada nesta cidade foi inesquecível com uma passagem de comboio junto ao Lago di Garda com as montanhas cobertas de neve no fundo. Deu muita vontade de parar ali e partir à descoberta daquele mundo mas como não foi possível pode ser que tenha já aqui uma nova aventura a ponderar nos próximos tempos…

E com o fim da tarde a chegar, eu tinha mesmo razão em ter vindo embora mais cedo de Bérgamo. Estava um fim de dia óptimo e ao mesmo tempo apercebi-me que ia conseguir ver a cidade sem me cansar muito… Mas isto era só o que pensava, já explico mais à frente porquê…

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Castelo San Pietro

Logo depois de me instalar, percorri o centro histórico até chegar ao Castelo San Pietro. Assim que atravessei o rio Ádige que banha uma grande parte do centro histórico, temos toda uma colina onde se encontra este castelo. Atravessei a Ponte Pietra, uma das mais emblemáticas com uma pequena feira de Natal, e comecei a subir uma escadaria bem íngreme.

Quando cheguei ao topo, viro-me para a cidade e parece que ganhei logo outra energia… Estava um fim de tarde brutal com um céu em tons avermelhados que se apoderava do horizonte. Fiquei ali cerca de duas horas, à vontade… E acho que não vale a pena alongar-me mais porque as imagens falam por si.

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Mercado de Natal

A minha anfitriã do B&B onde fiquei, aconselhou logo a passar na Piazza dei Signori quando ficasse com alguma fome. Ali ia encontrar um mercado de Natal onde ia conseguir comer bem e de forma barata mas nunca pensei em encontrar algo tão completo!

Acho que aqui encontrei um dos melhores mercados de Natal, onde haviam outros países representados a exibir alguns dos costumes e da sua gastronomia local. Uma das melhores coisas que descobri foi o vinho quente, pois aquecia as mãos para sobrevivermos às temperaturas quase negativas e ainda ficávamos bem servidos com aquele aroma italiano. Embora não seja o maior perseguidor de mercados de Natal, Verona merece uma nota alta no TripAdvisor.

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Arena de Verona

No dia seguinte é que começou a sério o meu passeio por Verona e desde o meu alojamento consegui alcançar rapidamente a Arena que é o verdadeiro cartão de postal da cidade. Com aparentes semelhanças ao Coliseu de Roma, o anfiteatro é o coração da cidade e um dos edifícios do período romano mais bem conservados em Itália.

Para aceder a esta grande praça, passei pelos dois arcos em mármore com um grande relógio que representam I Portoni della Bra, um acesso nas muralhas de Verona que foi criado para ligar a cidade a uma antiga zona rural suburbana.

Não arrisquei a entrada na Arena porque tinha algum receio de não ficar surpreendido como aconteceu em Roma e por isso decidi ficar a contemplar de fora. E fiquei bem servido! A sua envolvente é um dos lugares mais bonitos da cidade com edifícios coloridos servidos de restaurantes, o Jardim Vittorio Emanuele II e o Palácio Barbieri.

Muito conhecido também é a representação do coração junto à Arena que se transformou num símbolo na cidade, principalmente para os casais apaixonados que não saem deste destino sem levarem uma fotografia dali como recordação. A partir daqui podemos tomar a Via Mazzini, uma rua das ruas pedonais mais bonitas e mais comerciais de Verona.

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Castel Vecchio

Embora a passagem na Via Mazinni fosse muito tentadora, preferi tomar outro caminho e voltei um pouco atrás até ao Castel Vecchio. Esta é uma das construções militares mais emblemáticas desta região que por momentos me fez lembrar alguns dos castelos em tijolo muito visíveis em países como a Lituânia e a Letónia.

É um castelo fora do vulgar com os dentes da muralha em forma de M e é percorrível pelo interior para aceder à Ponte Scaligero de onde podemos ter outras perspectivas da cidade. Actualmente, é também utilizado como um museu de arte.

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Piazza delle Erbe

Continuei paralelamente ao rio, por ruas onde o amarelo, vermelho e salmão ditam a paisagem urbana da cidade. A certo ponto sou interrompido pela Porta Borsari, um antigo portão romano revestido em calcário. Passo esta passagem antiga e deparo-me com uma árvore de Natal gigante. Era sinal que tinha chegado à Piazza delle Erbe.

A Arena de Verona é o coração da cidade mas esta praça é o seu epicentro! Com uma forma oval completamente espalmada, encontra-se rodeada de construções exemplares composta pelas suas fachadas decoradas e que se juntam as fontes e estátuas que nos ajudam a perceber o contexto desta cidade. Nesta altura do ano, as feiras são constantes mas o que ainda me chamava mais atenção era a Torre dei Lamberti onde do alto dos seus 84 metros de altura devemos ter uma perspectiva privilegiada de Verona.

Todas as ruas importantes vêm dar aqui como é o caso da Via Cappello onde se localiza a Casa de Julieta. Não entrei porque não sabia o que ia encontrar e por isso fiquei só à entrada. Entrei para um pátio interior onde podemos ver alguns pormenores interessantes da casa, inclusive uma estátua de Julieta (seria mesmo assim?).

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Igreja de Santa Anastásia e Catedral de Verona

Pensava eu que a minha visita a Verona estava quase a terminar (e ainda não tinha almoçado…) até que entrei na Igreja de Santa Anastásia. Por norma, não gosto de pagar para entrar em espaços religiosos, acho que é algo que não abona nada a favor da própria Igreja mas aqui abri uma excepção…

Verona é composta por quatro grandes igrejas, curiosamente são monumentos que tinha todo o interesse em ver. Quando cheguei a esta primeira igreja, fui barrado enquanto entrava por uma senhora a dizer que tinha de pagar bilhete. Nos entretantos, explicou-me que se pagasse 6€ via aquela igreja e as outras três que já tinha pensado visitar. Acabei por dar o braço a torcer e lá paguei o bilhete…

Comecei em primeiro lugar pela Igreja de Santa Anastácia, um templo da época do gótico italiano que é o maior da cidade. Dizem que a fachada está inacabada mas na minha opinião está muito bem destacada assim como o seu interior que achei igualmente encantador.

Em seguida, desloquei-me ali perto à Catedral de Verona, que não sendo das maiores igrejas, acaba por ser das mais completas. Aqui encontramos um espaço de cerimónias, um batistério, um local de escavações arqueológicas e uma outra igreja para eventos mais pequenos. Por fora é um exemplo incrível de como uma catedral deve ser mas por dentro não fiquei surpreendido, ao mesmo tempo que pulei de susto quando começaram os ensaios do órgão. O ambiente fica realmente assustador…

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Basílica de São Zeno

Foram por estas visitas que a minha estadia por Verona se prolongou mas não digo isto de uma forma negativa, pelo contrário… Verona é uma cidade pequena só que é impossível ficar indeferente quando cada esquina é um monumento ao bom gosto! Estava mesmo contente de estar ali e desta vez seguia junto ao rio Ágide numa longa e saudável caminhada até à Basílica de São Zeno.

É um dos exemplos mais esbeltos do românico italiano e foi dedicado ao oitavo bispo da cidade que se tornou posteriormente de São Zeno. Antecedida na lateral por um claustro, é uma igreja diferente das outras. No topo da nave central, existem dois níveis diferentes onde se encontra um cripta por baixo do altar-mor. Além disso, a igreja também é distinta pela ausência de ornamentos e frescos, dando até a ideia que os trabalhos ficaram inacabados.

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Igreja de San Fermo Maggiore

De uma ponta para a outra da cidade, ficava a faltar a Igreja de San Fermo Maggiore. Pelo meio voltei a passar por Castel Vecchio, almocei no centro com vista para a Arena de Verona e ainda contemplei os vários troços da antiga muralha que me acompanhou até este último lugar.

Por fim, cheguei a esta igreja onde comecei a visita na cripta que fica por baixo da igreja principal. O que mais me interessou neste edifício, mais do que a forma como está organizado, é como está construído. O tecto em madeira é uma obra prima de engenharia e até tem ali exposto uma maquete para mostrar com mais detalhe como foi tudo idealizado.

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E em menos de 24 horas consegui ver a cidade de uma forma muito tranquila. Ainda houve tempo para esticar as pernas no parque antes de partir para um novo destino… De qualquer forma, a noite e a chuva iam começando a aparecer e por isso não tardei muito mais em ir buscar a minha bagagem e voltar à estação de comboios.

De Verona vou sempre lembrar-me daquele céu vermelho, das ruas pitorescas e dos seus monumentos categóricos. Dado que possui inúmeras referências do período romano, La Piccola Roma (a pequena Roma) como também é conhecida, está longe do dinamismo de uma capital europeia mas não lhe falta a classe das grandes cidades. E por falar nisso, a próxima paragem é umas mais emblemáticas cidades do Norte de Itália. Fica atento!

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Autor do projecto Num Postal, arquitecto de profissão, fotógrafo nas horas vagas e apaixonado por viagens. Criei o blog para que não me escape nada das minhas aventuras pelo mundo, para partilhar com os outros e para eu reviver cada uma destas experiências! Depois de viver uma temporada no Brasil, percebi que há todo um universo lá fora para descobrir e desde então nunca mais parei de ir à procura de lugares desconhecidos.

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